Voltar para a lista de aprovados
AUTORES: Paulo Eduardo Neves Ferreira Velho,
PALAVRA-CHAVE: Diretrizes Curriculares, Adolescente, Fundação Casa, Ensino em Saúde
INTRODUÇÃO: As Diretrizes Nacionais Curriculares do curso de medicina estimulam a formação interprofissional, humanista e ética e, há alguns anos, foi introduzido no currículo obrigatório atividades em cenários com populações vulneráveis, como é o caso de adolescentes privados de liberdade que cumprem medidas socioeducativas em centros de atendimento (Fundação Casa) de São Paulo. O objetivo deste projeto foi desenvolver ações assistenciais, de prevenção e promoção da saúde a adolescentes masculinos de unidades da Fundação Casa. Também foi incluir graduandos em medicina e funcionários na construção permanente e dialogada deste programa durante o período do convênio.
MÉTODOS E MATERIAIS: Utilizou-se o método de aprendizagem ativa, na qual os profissionais e alunos desenvolveram as atividades em três dimensões: - a primeira dimensão tratou do atendimento assistencial a adolescentes cumprindo medidas socio-educativas envolvendo alunos , professores e funcionários da Fundação Casa. - a segunda dimensão foram ações educativas, que se iniciaram com o conhecimento das necessidades de saúde desta população de adolescentes masculinos. Estas ações educativas foram desenvolvidas permanentemente com os alunos supervisionados pelos professores, sobretudo em relação às infecções sexualmente transmissíveis e à saúde mental dos adolescentes. Grupos de 3 a 4 alunos do quinto ano médico, em forma de rodízio, durante o submódulo de dermatologia e atenção à populações vulneráveis (que incluem mulheres da penitenciária feminina e paciente do Consultório na Rua), atuam na Fundação Casa, in locu, de forma a conhecer a realidade em que vivem os adolescentes institucionalizados. Procura-se discutir com os alunos a experiência no atendimento destas populações ao longo do submódulo. Além disto, reuniões periódicas do grupo gestor, formado por docentes da Unicamp envolvidos no atendimento, a Promotora da Vara da Infância e da Adolescência de Campinas e funcionários da Fundação Casa, discutem aspectos para melhoria da atenção à saúde integral dos adolescentes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O convênio completa 5 anos em dezembro próximo e contribuiu para a melhoria na saúde dos adolescentes atendidos semanalmente, em média oito pacientes, nas unidades da Fundação Casa. Contribuiu também da formação cidadã dos adolescentes atendidos e dos próprios graduandos que nunca haviam entrada em contato com este cenário e com a realidade de adolescentes privados de liberdade e de suas histórias de vida. Obteve-se também o interesse de outras áreas da Universidade, a saber Faculdade de Educação, Faculdade de Educação Física, Instituto de Estudo da Linguagem, Faculdade de Enfermagem, Instituto de Artes e a implementação do Colmeia, curso pré-vestibular online, que contou com a participação de alunos institucionalizados do terceiro ano do ensino médio e que contribuiu para a aprovação de alguns destes adolescentes em Faculdades. O estágio contribuiu também para que o submódulo venha sendo o mais bem avaliado de todo o curso médico da Unicamp. Espera-se a renovação do convênio para que a Fundação Casa siga sendo campo de estágio para os graduandos da Medicina da Unicamp e que o convênio possa ser reproduzido para alunos de outras instituições de ensino atuarem em outras unidades da Fundação Casa do estado de São Paulo.
REFERÊNCIAS: . São Paulo. Lei Estadual 12.4692006. Altera o nome da fundação Estadual do Bem-Estar do Menor para Fundação Centro de Atendimento Sócio-Educativo ao Adolescente Disponível em: https://justica.sp.gov.br/index.php/entidades-vinculadas/fundacao-casa/. Aceso em junho de 2023. 2. Richartz M, Pacifico CF, Cantero CR, Gon MCC. Programa de Orientação para Crianças e Adolescentes com Dermatoses Crônicas sob o Enfoque da Análise do Comportamento Aplicada à Saúde. Rev Psicol E Saúde. 2018;83–102. 3. Da Cunha Silva, Santiago L, Batista RMF, Lyra MJ, Farah BQ, Pedrosa RP, Falcão APST, et al. The role played by gender and age on poor sleep quality among institutionalized adolescents. Sleep Breath. 2017;21(1):197–202. 4. Lambie I, Randell I. The impact of incarceration on juvenile offenders. Clin Psychol Rev. 2013;33(3):448–59.
AGRADECIMENTOS: Ao Prof. Dr. Edison Bueno, Professor de Departamento de Saúde Coletiva da FCM/Unicamp, à Profa. Dra. Sílvia Maria Santiago, Profa. Dra. do Departamento de Saúde Coletiva, ao médico André Palma, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica, à Dra. Elisa de Divitis, Promotora da Vara da Infância e Adolescência de Campinas, à Sra. Fábia Cristiane Galves Domingos, Diretora de Divisão, e da Sra. Marcela Racz Quinelato Albuquerque, diretora da Uaisa.
ESTE TRABALHO FOI APROVADO PELO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA (CEP)? Não se aplica
EIXO TEMÁTICO: EIXO 3 - Parcerias e convênios