CARTILHA EM SAÚDE TRANS, TRAVESTI E NÃO BINÁRIA: “CAMINHOS NADA SUAVES”

AUTORES: Jonathas Justino,

PALAVRA-CHAVE: Saúde coletiva; transexualidade; identidade de gênero

RESUMO

INTRODUÇÃO: O Brasil, pelo décimo quarto ano consecutivo é o país que mais assassina pessoas transexuais e travestis no mundo (ANTRA, 2023), indicador este que influencia o contexto dos cuidados em saúde oferecidos pelo SUS e se coloca como um desafio para a APS. A Cartilha em Saúde Trans, Travesti e Não Binária: Caminhos Nada Suaves, foi resultado de um projeto de extensão (PROEC-PEX/2021), sob a orientação do prof. Dr. Sérgio Resende Carvalho (DSC-FCM- UNICAMP). A transfobia tece efeitos também no âmbito da saúde, nos termos de acesso, culminando em uma realidade na qual as pessoas transexuais e travestis se veem compulsoriamente afastadas das redes de cuidado vinculadas ao SUS, em especial dos serviços que compreendem a Atenção Primária à Saúde (APS)

MÉTODOS E MATERIAIS: Com o objetivo de estabelecer pontes de diálogo com a rede de cuidados, tendo como premissa de que a responsabilidade acerca dos cuidados em saúde direcionado à realidade transexual e travesti é de alçada coletiva — universidade, serviços, profissionais de saúde, movimentos sociais e afins, o referido projeto de extensão teve o apoio direto e indireto de 29 pessoas, em seus momentos de organização, planejamento e execução: entre profissionais de saúde, alunos de graduação e pós-graduação da UNICAMP, movimentos sociais e pessoas usuárias da rede de serviços. Sua operacionalização partiu da realização de grupos focais com pessoas transexuais e travestis, reuniões com serviços da rede de saúde municipal e na produção de um vídeo, contendo relatos de sete pessoas transexuais e travestis que contam suas dificuldades na busca pelo auto cuidado na cidade de Campinas/SP, especialmente no que tange os serviços institucionais do SUS (arquivo disponível em: https://vimeo.com/748947697).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Cartilha foi dividida em 04 eixos: Tateando conceitos; (2) Que corpo é este que eu não habito?; (3) Atendimento em saúde para pessoas transexuais, travestis e não binárias; e (4) Erguer a voz para se posicionar no mundo. Conclui-se que este foi um necessário projeto para que se fomente a qualificação do acolhimento de pessoas transexuais, a formação de profissionais, especialmente o âmbito da APS, promovendo e problematizando a necessidade do olhar integral/longitudinal acerca do cuidado deste segmento populacional. A Cartilha se destina aos profissionais de saúde, de âmbito multidisciplinar, que atuam, em especial, nos centros de saúde de Campinas/Sp.

REFERÊNCIAS: Benevides BG, Nogueira SNB. Dossiê dos assassinatos e da violência contra travestis e transexuais brasileiras em 2020. São Paulo: Expressão Popular, ANTRA, IBTE; Butler J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; 2003. Butler J. Bodies That Matter: On the Discursive Limits of Sex. Nova York: Routledge; 2002. Foucault M. História da Sexualidade: O Uso dos Prazeres. Vol. II. Rio de Janeiro: Edições Graal; 1984.

AGRADECIMENTOS: Espaço Transcender Coletivo Conexões - políticas da subjetividade e saúde coletiva. Participantes das oficinas

ESTE TRABALHO FOI APROVADO PELO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA (CEP)? Não se aplica


EIXO TEMÁTICO: EIXO 2 - Programas e Projetos de Extensão