Realizado pela Comissão de Corpo Docente e Diretoria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp – como parte das comemorações de 58 anos da faculdade no mês de maio – o V Seminário Internacional sobre Carreira Docente nas Profissões da Saúde já conta com mais de quatro mil visualizações no Canal da FCM, no Youtube. Com o tema Avanços e Desafios para a próxima década, o evento contou com a participação de professores de cursos de graduação e programas de residência médica, e administradores de instituições acadêmicas, públicas e privadas, voltadas à formação de profissionais de saúde.

“A contribuição da FCM na discussão da carreira docente do nível universitário tem sido fundamental, pois a abordagem dessa temática é algo ainda muito incipiente no Brasil”, disse em sua fala de abertura do evento, a coordenadora do Núcleo de Avaliação e Pesquisa em Educação Médica (Napem) da FCM, facilitadora internacional da Foundation for Advancement of International Medical Education and Research (Faimer Brasil) e anfitriã da programação, Eliana Martorano Amaral.

Na ocasião da solenidade, representando o reitor Antonio José de Almeida Meirelles, a coordenadora geral da Unicamp, Maria Luiza Moretti, - que é médica infectologista e docente da FCM – disse acompanhar de perto as constantes mudanças que acontecem na área acadêmica no campo da saúde e que novos caminhos e metodologias sempre se fazem necessárias.

“Sou hoje médica, professora e pesquisadora porque admirei meus professores quando aluna de graduação e médica residente. A medicina, em particular, tem uma característica especial, pois o aluno e a aluna que irão ser tornar médico e médica precisam seguir o exemplo daqueles que os ensinam, de maneira que os professores, além de toda a sua capacidade técnica precisam também ser um exemplo de humanidade para com os pacientes", observou Moretti sobre as especificidades da carreira médica.

Participaram ainda da mesa de honra do evento, as seguintes autoridades da Unicamp: a coordenadora geral da universidade, o pró-reitor de pesquisa, João Marcos Romano; a pró-reitora de pós-graduação. Rachel Meneguello; o pró-reitor de graduação, Ivan Felizardo Contrera Toro; o diretor e o diretor associado da FCM, Luiz Carlos Zeferino e Claudio Saddy Rodrigues Coy; a coordenadora de graduação em Medicina, o presidente da CCD e a coordenadora da Comissão de Pós-graduação da FCM, Joana Fróes Bragança Bastos, Sérgio Tadeu Martins Marba e Cláudia Vianna Maurer Morelli.

Mesa Internacional

Destaque da programação do V Seminário, a mesa intitulada “Desenvolvimento profissional e vitalidade do corpo docente: experiências de longa duração” contou com a participação das norte-americanas Nancy Spector e Mara Becker, respectivamente, vice-diretora da Faculdade de Medicina da Drexel University e vice-presidente para Desenvolvimento do Corpo Docente da Faculdade de Medicina da Duke University.

Em sua apresentação, Nancy Spector falou sobre o Programa de Liderança Executiva em Medicina Acadêmica (da sigla em inglês ELAM - Executive Leadership in Academic Medicine Program). Fundado em 1995, o programa é a mais antiga e sólida iniciativa voltada ao desenvolvimento de liderança feminina nos Estados Unidos. Além de enfrentar os desafios para o avanço das mulheres em cargos de liderança, o programa tem entre os seus objetivos, sustentar as posições de liderança conquistadas pelas mulheres e trabalhar para mudar a cultura acadêmica no sentido de valorizar as suas contribuições.

Dentre os pontos que merecem maior atenção das mulheres no que se refere à carreira, Spector destacou a necessidade de mais investimento em capital social. “A trajetória que acumulamos de partes nem sempre essenciais ao nosso trabalho é, na verdade, essencial”, afirmou. Nesse sentido, destacou a importância dos programas de mentoria para as profissionais mulheres. “O fenômeno da invisibilidade das mulheres em meio de carreira contribui na manutenção do status quo da desigualdade de gênero nas escolas de medicina”, disse.

Por sua vez, Mara Becker fez questão de destacar em sua fala que não existe um modelo de tamanho único, na carreira acadêmica em Medicina, capaz de vestir toda a heterogeneidade da atuação profissional. “O que temos observado a partir da experiência de diversos países, centros e universidades, e até mesmo a partir das carreiras e componentes envolvidos (atividade clínica, de ensino, de pesquisa, e etc.) é que uma série de habilidades é necessária para desenvolver-se nesse campo”, disse a docente da Duke University, que apresentou os principais componentes de empregabilidade e avaliação profissional do corpo docente da faculdade de medicina.

Assista o evento, na íntegra.