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Ocorreu na tarde desta quarta-feira (24) a palestra “Recursos de alta tecnologia para comunicação alternativa favorecendo a atuação profissional”, ministrada pela fonoaudióloga e especialista Vianney Figueroa, da Tobii Dynavox América Latina. A palestra foi promovida pelo Programa de Pós-graduação em Saúde, Interdisciplinaridade e Reabilitação e pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação (CEPRE). O evento aconteceu no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.
Foram 200 inscritos, entre alunos de graduação de Fonoaudiologia; da Pós-graduação em Saúde, Interdisciplinaridade e Reabilitação; profissionais de Saúde e de Educação; e mães de crianças com deficiência de Campinas, Paulínia, Amparo, São Paulo e Florianópolis.
Vianney apresentou a definição de Comunicação Suplementar e/ou Alternativa (CSA). As CSAs são todas as formas de comunicação além da fala. Todos utilizamos CSAs em nosso cotidiano, mas para as pessoas com dificuldades na fala, a comunicação alternativa se torna fundamental.
A CSA de alta tecnologia assistiva foi criada para apoiar pessoas com deficiência que tenham dificuldades de comunicação oral. Projetada para atender todas as necessidades possíveis, permite personalização e flexibilidade, uma vez que pode ser utilizada em diferentes dispositivos e aplicativos. “Cada pessoa tem sua necessidade e individualidade para usar os diferentes dispositivos”, disse Vianney.
No caso do rastreamento ocular, o rastreador emite uma luz infravermelha, que é refletida nos olhos do usuário. Esses reflexos são capturados por câmeras do rastreador e, por meio de filtragem e de cálculos, o aparelho identifica onde o usuário está olhando e em que ordem. Assim, é possível observar como o registro audiovisual é captado por uma criança na fase da alfabetização, sendo possível auxiliar no diagnóstico de dislexia.
Para a professora Regina Yu Shon Chun, do Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação da FCM, “A apresentação foi de alta qualidade, trazendo fundamentos teóricos e práticos, exemplificando casos de autismo e afasia. Vianney mostrou que sistemas e recursos da CSA transcendem o mero ato motor de apontar símbolos ou acionar teclas, favorecendo a linguagem, comunicação e interação de pessoas com necessidades complexas de comunicação. O Brasil, como levantado por participantes presentes no evento, carece de políticas públicas que favoreçam o acesso da população que necessita dos recursos de CSA”, afirmou a docente.
Ainda segundo Regina, a área de Fonoaudiologia da FCM utiliza-se da CSA, particularmente, com recursos de baixa tecnologia em pacientes jovens e adultos com diferentes condições de saúde, tais como paralisia cerebral, atrasos de linguagem e afasia.
Fotos: Mercedes Santos