Saúde mental relacionada ao trabalho reúne especialistas na FCM
Publicado por: Camila Delmondes
06 de setembro de 2016

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Nos dias 25 de agosto e 1 de setembro aconteceram mais duas palestras dentro do curso de capacitação em saúde mental relacionado ao trabalho (SMRT). A primeira palestrante foi a psicóloga e coordenadora do Cerest de São Bernardo do Campo, Eliana Pintor. Ela falou sobre a integração da SMRT na rede SUS. A segunda palestrante foi a médica Vera Lúcia Salerno, do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. Ela falou sobre as notificações de casos de SMRT. Ambas as palestras ocorreram no Salão Nobre da FCM.

Eliana Pintor destacou alguns conceitos de Freud no qual o psicanalista dizia que a força motivadora do ser humano é a utilidade e a obtenção do prazer. “O trabalho pode ocupar esse lugar, ou pelo menos gostaríamos que fosse assim”, pontuou Eliana.

A psicóloga ainda disse que o trabalho tem uma força política, econômica, social, cultural e psíquica e que mesmo os trabalhos repetitivos tem uma dose de criatividade. “Numa sociedade consumista, você só existe se consumir. Para consumir, você precisa do trabalho. O trabalho tem uma centralidade e ocupa um tempo muitas vezes excessivo e tem transbordado nossos limites”, revelou Eliana.

De acordo com a médica da FCM Vera Lúcia Salerno, faz tempo que o transtorno mental relacionado ao trabalho é doença e a notificação interessa ao serviço público de saúde. “As pessoas param de trabalhar, ficam deprimidas, perdem o emprego. Isso gera problemas familiares, social e virou problema de saúde pública, pois causa danos à sociedade”, reforçou.

Vera disse que até a década de 1990 existia uma solidariedade entre os empregados. Para as empresas, o sujeito deveria ser individualista. Essa noção foi incentivada pelas empresas no decorrer dos anos seguintes e levou o trabalhador a perder o orgulho profissional e a dignidade humana, segundo a médica da FCM.

“A perda da razão social do trabalho está inserida numa cadeia global que as pessoas acham fatal como a Lei da Gravidade. É uma regra que pode mudar. A informação estatística e epidemiológica é uma das maneiras de provar que o que está causando o adoecimento é o trabalho”, disse Vera.

O curso é organizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação "Prof. Dr. Gabriel Oliveira O. S. Porto" e pelo programa de Residência Multidisciplinar em Saúde Mental e Coletiva, com o apoio do Centro de Educação dos Trabalhadores da Saúde (CETS) da Prefeitura Municipal de Campinas. O próximo assunto abordado será Rede de cuidados - discussão de casos , com Marisol Watanabe, dia 20 de setembro, às 18h30, no Salão Nobre da FCM.



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