O professor do Departamento de Saúde Coletiva (DSC) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Gastão Wagner de Sousa Campos, encerrou na manhã da última quinta-feira (9), as atividades de recepção dos novos ingressantes do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, iniciadas no dia 6 de março.

Durante os três primeiros dias de imersão no curso, os novos pós-graduandos conheceram o escopo do Programa, seus direitos e deveres, e ficaram por dentro de questões administrativas. Além disso, eles também participaram das aulas inaugurais das disciplinas de Ciências Sociais, Epidemiologia e Política, e de Planejamento e Gestão.

Na palestra que fechou as atividades de acolhimento e deu início ao mestrado, Gastão falou sobre o campo e o núcleo de saberes e práticas nos quais a Saúde Coletiva está inserida. Nesse sentido, fez uma retrospectiva sobre a origem do conceito e dessa área no Brasil e apontou os desafios enfrentados pela área na contemporaneidade.

 “Valores coletivos são fáceis de encontrar, mas isso é uma tarefa que exige muito esforço porque não é algo natural. O ser humano não tende para o coletivo ainda que caminhe para a sociabilidade”, disse Gastão ao problematizar o conceito de coletividade.

Gastão explicou a relação entre os termos Saúde Pública e Saúde Coletiva, lembrando que o segundo surgiu no Brasil em 1979, enquanto área, com o propósito de ser um substituto crítico à área de saúde pública tradicional. A mudança do conceito de público para coletivo implicava, de acordo com o pesquisador, não apenas uma mudança de nome, mas uma serie de conceitos, paradigmas e perspectivas de análise.

“A Saúde Coletiva passou a cumprir todas as funções científicas e de implementação de políticas e programas de forma diferenciada, inclusive, abrangendo aspectos e interesses até então desconsiderados pela Saúde Pública como coletivos”, explicou Gastão. O programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da FCM visa à formação de pesquisadores de qualidade em nível de Mestre e Doutor, nas áreas de concentração em Epidemiologia, Política, Planejamento e Gestão; e Ciências Sociais em Saúde. Saiba mais.