Relação entre nutrição e doenças mentais reúne pesquisadores na FCM
Publicado por: Camila Delmondes
14 de dezembro de 2018

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Centenas de pessoas compareceram na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp na quinta-feira (13) para participar do I Simpósio Psiquiatria, Ciências de Alimentos e Nutrição: As Chaves do Eixo Intestino-Cérebro. A psiquiatria nutricional é um termo usado para descrever um campo de pesquisa e uma maneira de abordar a prevenção e tratamento da doença mental com foco na dieta e na nutrição.

“Pesquisas sobre a interação entre dieta, alimentos e saúde mental é algo muito novo. Evidências científicas mostram que a dieta é tão importante para a psiquiatria quanto para a cardiologia, a endocrinologia e a gastroenterologia”, explicou o psiquiatra Egberto Turato, organizador do evento, durante a mesa de abertura do simpósio.

De acordo com Gláucia Pastore, professora e pesquisadora da FEA, diversos países estão trabalhando nessa temática e, talvez, a relação entre microbiota e alimentos seja a chave para a prevenção ou atenuação de doenças. “É possível ter uma vida mais saudável e produtiva por meio de uma coisa tão simples como o hábito de se alimentar”, pontuou Gláucia, já prevendo um simpósio nacional ou internacional na Unicamp sobre esse tema para o próximo ano.

Renata Cruz Soares de Azevedo, chefe do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da FCM, disse que a universidade tem que estimular a interface entre diferentes faculdades e grupos de estudo para ampliar as pesquisas. “A nutrição pode auxiliar no tratamento de transtornos mentais graves e melhorar a qualidade de vida de pacientes com outros problemas de saúde”, ponderou Renata.

Microbiota intestinal

O primeiro palestrante do evento foi o médico e pesquisador da FCM Mário José Abdalla Saad. O tema da apresentação foi Alterações da microbiota intestinal: As chaves para entender múltiplas doenças do organismo. De acordo com Saad, a microbiota intestinal não era valorizada como deveria.

“As bactérias que temos no trato gastrointestinal têm mais genes do que temos no organismo. A microbiota é um sistema novo. Ela tem uma interação e influência muito grande com todo o organismo. A microbiota tem uma função de controle muito parecido com o sistema nervoso central”, destacou Saad.

Ainda de acordo com Saad, a microbiota nos três primeiros anos de vida é a mais importante. É nessa fase da vida que se estabelece a microbiota e a relação que ela terá com outras doenças no futuro, como por exemplo a obesidade, o diabetes, a desnutrição, a osteoporose, o autismo, o AVC e a hipertensão arterial.

“Se quisermos fazer a prevenção de doenças no futuro, vamos ter que focar, cada vez mais, nos recém-nascidos e crianças”, alertou Saad.

O simpósio foi organizado pela FCM, Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), Nutrição da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) e reitoria da Unicamp. Veja os temas e palestrantes convidados aqui.



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