Processos inflamatórios e remodelação de células epiteliais de vias aéreas em doença pulmonar crônica são temas de palestra
Publicado por: Karen Menegheti de Moraes
01 de dezembro de 2022

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Ocorreu na tarde da última sexta-feira (25) no Anfiteatro da Farmacologia, a palestra “Análise dos processos inflamatórios e de remodelação das células epiteliais das vias aéreas na doença pulmonar crônica”, promovida pelo Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. Foi ministrada pelo professor Vincent Marie Michel Lagente, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Université de Rennes, França. Lagente tem experiência na área de Farmacologia Bioquímica e Molecular e já foi professor convidado do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

O palestrante falou sobre a DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, caracterizada pela: limitação de ar que é pouco reversível; associada com resposta inflamatória anormal; alargamento dos espaços aéreos; destruição do parênquima pulmonar; perda de elasticidade do pulmão; e fechamento das pequenas vias áreas. No caso do uso do cigarro, o mecanismo celular pode resultar na destruição do parênquima pulmonar (resultando em enfisema) ou hiper secreção de muco (bronquite crônica).

Lagente conta sua trajetória dentro da Farmacologia. Foto: Mercedes Santos/ARPI

Lagente apresentou o estudo: “Secreção diferencial de muco e processos inflamatórios em células epiteliais das vias aéreas humanas”, realizado com a Associação Nacional de Pesquisa da França (ANR) e a Université de Strasbourg. O objetivo foi comparar a reatividade de várias linhagens de células epiteliais pulmonares humanas para determinar o modelo in vitro mais adequado para a produção de muco e mediadores inflamatórios. 

Foi induzida a produção de MUC5AC e MUC5B (glicoproteínas que conferem propriedades de proteção à camada de muco secretado) pela NCI-H292, linhagem de células tumorais de carcinoma mucoepidermoide de pulmão. Como resultado, essa linhagem foi a única a aumentar ambas glicoproteínas.    

Público no Anfiteatro da Farmacologia. Foto: Mercedes Santos/ARPI

“A NCI-H292 faz o muco e a mediação da inflamação que acontece quando se tem DPOC. Já o muco faz a conexão de enzima que vai fazer a modulação do tecido. Se há inflamação crônica, ocorre uma degradação do tecido, e o muco age da mesma forma. Esse é o problema: não poder fazer a reversão de todo o processo”, disse Lagente.

Já o segundo estudo, sobre o medicamento Roflumilaste, em parceria com a Université de Rennes, Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a farmacêutica Nycomed GmbH (Alemanha), analisa como a droga previne a secreção de citocinas induzida pela fumaça de cigarro combinada com lipopolissacarídeo em células epiteliais das vias aéreas. O medicamento é indicado para o tratamento de pacientes com DPOC grave associada com bronquite crônica que apresentem histórico de crises frequentes, em complementação ao tratamento com broncodilatadores.

Foto: Mercedes Santos/ARPI

“O medicamento Roflumilaste não tem todos os resultados, porque opera como todas as drogas: algumas funcionam bem com uma pessoa e não com outra. Você não tem alternativa para o tratamento da bronquite porque as drogas que funcionam para a asma (como o corticosteroide) não funcionam contra a bronquite. O broncodilatador funciona muito pouco. Então, precisa-se de outras drogas para tratamento da DPOC”, afirmou Lagente.

Professor Gilberto de Nucci, da Pós-Graduação em Farmacologia da FCM, professor Vincent Lagente e participantes do evento. Foto: Mercedes Santos/ARPI

 



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