Polimorfismo genético interfere na eliminação quimioterápica, aponta estudo premiado no exterior
Publicado por: Camila Delmondes
02 de fevereiro de 2016

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O farmacêutico Eder de Carvalho Pincinato – doutor pelo programa de pós-graduação em Clínica Médica, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp – recebeu o Prêmio de Melhor Trabalho, durante a 3ª Conferência Internacional sobre Clínica Farmacêutica, realizada em Atlanta (EUA), no mês de dezembro. Dados da pesquisa desenvolvida por Eder, no Laboratório de Genética do Câncer (Lageca) da FCM, dão mais um passo na direção dos estudos que buscam tratamentos terapêuticos ajustados à genética de cada indivíduo.

A pesquisa intitulada “Glutathione-S-transferase (GST) polymorphisms influence cisplatin eliminationand toxicity to treatment in patients with scamous cell carcinoma of head and neck” foi orientada pela médica oncologista Carmen Silvia Passos Lima, e avaliou como os polimorfismos do gene Glutationa-S-transferase interferem na eliminação do quimioterápico cisplatina, pelo organismo dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço, uma vez que “a enzima codificada por tais genes é parte importante do mecanismo de eliminação do medicamento quimioterápico”.

De acordo com Eder, a pesquisa também buscou avaliar se estes mesmos polimorfismos podem ter influência na resposta terapêutica e nos eventos adversos decorrentes do tratamento quimioterápico. “Observamos nos pacientes estudados, que o polimorfismo no gene GSTT1 e o polimorfismo GSTP1 Ile105Val influenciam na ocorrência de eventos adversos induzidos pelo tratamento com cisplatina. A deleção homozigótica (ausência de enzima) do GSTT1, associada ao gene selvagem da GSTP1, inclusive, influencia na eliminação urinária da cisplatina”.

A compreensão da farmacocinética associada aos polimorfismos responsáveis pela detoxificação da cisplatina, de acordo com Eder, abre caminho para novos estudos. “A expectativa futura com as descobertas nesse campo, é ajustar a dose da medicação de acordo com a carga genética de cada pessoa”, disse. O estudo teve o apoio da Fapesp.



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