A pesquisa “Os SNPs poderiam prever toxicidade da cisplatina?”, conduzida dentro do programa de pós-graduação em Ciências Médicas da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp pela doutoranda e farmacêutica Maria Aparecida Cursino, foi premiada como o melhor trabalho apresentado no congresso PharmSci 360, ocorrido no início de novembro nos Estados Unidos. A orientação da pesquisa foi da professora Patrícia Moriel. O congresso teve oito mil participantes e 1.195 trabalhos inscritos e foi organizado pela Associação Americana de Ciências Farmacêuticas (AAPS).

O objetivo da pesquisa foi observar a associação entre o polimorfismo de nucleotídeo único (SNP) em genes-alvo e os efeitos adversos mediados pela cisplatina para identificar potenciais biomarcadores preditivos de toxicidade e a frequência desses SNPs na população brasileira. Amostras de sangue foram coletadas de 46 pacientes com carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço, atendidos e tratados com rádio e quimioterapia com altas doses de cisplatina no Hospital das Clínicas da Unicamp.

Vinte e quatro parâmetros de toxicidade foram analisados e cinco SNPs foram estatisticamente relacionados. Os dados preliminares do estudo mostraram associações entre os genes ABCB1 e CYP2E1 e toxicidades mediadas pela cisplatina que são indicativos de possíveis biomarcadores preditivos.

“A partir desse biomarcadores, pode-se implantar a terapia personalizada. Isso pode melhorar a qualidade do tratamento e a qualidade de vida dos pacientes. Entretanto, novas avaliações com mais pacientes e genes adicionais precisam ser feitas para confirmar as associações observadas na pesquisa”, diz Maria Aparecida.

A pesquisa teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP).