Pesquisa da Unicamp sugere melhor método ultrassonográfico para avaliar necessidade de soros em crianças internadas em UTI
Publicado por: Camila Delmondes
07 de outubro de 2019

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Uma pesquisa conduzida pela equipe da UTI pediátrica do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp mostrou que o método ultrassonográfico conhecido por modo-M pode não ser o melhor método para medir os diâmetros da veia cava inferior de crianças internadas. Segundo o estudo da Unicamp, esse método – utilizado na quase totalidade dos estudos pediátricos – sofre influência significativa do deslocamento longitudinal do vaso durante o ciclo respiratório da criança.

“A infusão rápida de fluidos endovenosos é um dos principais tratamentos de pacientes graves com disfunção cardiocirculatória. No entanto, se utilizada inapropriadamente, em excesso, pode causar sobrecarga hídrica (edema), aumentando em 4,3 vezes a chance de uma criança morrer”, explica Tiago de Souza, médico intensivista pediátrico da UTI pediátrica do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp e um dos autores do estudo.

A veia cava inferior é o principal vaso que transporta o sangue venoso oriundo do abdome e membros inferiores para o coração. A variação dos diâmetros da veia cava inferior durante o ciclo respiratório medida por meio do ultrassom é um método capaz de prever se o paciente gravemente doente vai se beneficiar da infusão rápida de soros, conhecida como expansão volêmica.

“A ultrassonografia realizada à beira do leito pelo médico intensivista permite a avaliação dos diâmetros da veia cava inferior e, assim, ele pode estimar se o paciente se beneficiará da infusão de fluidos. Nossos resultados sugerem que a ultrassonografia no modo bidimensional é mais adequada para avaliar a veia cava inferior em crianças do que o modo-M”, disse Tiago.

A pesquisa foi apresentada durante XVI Congresso Paulista de Terapia Intensiva (Copati), ocorrido em Campos do Jordão, MG, e ganhou o prêmio de melhor trabalho científico pediátrico do congresso. O estudo é parte do trabalho de conclusão de curso da residência de terapia intensiva pediátrica das médicas Marina Giatti Gomes e Ana Soub – coautoras do estudo –, juntamente com os médicos Roberto José Negrão Nogueira, Ricardo Mendes Pereira e Marcelo Barciela Brandão.

Este é o segundo prêmio que a UTI pediátrica do HC conquista esse ano. O primeiro foi o Prêmio Mérito Científico da SMCC com a pesquisa Ultrasound guidance for internal jugular vein cannulation in PICU: a randomised controlled Trial. Leia aqui a matéria sobre a pesquisa e demais prêmios conquistados pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.

Sobre o Copati

O Congresso Paulista de Terapia Intensiva (Copati) é o segundo maior evento científico de terapia intensiva do país, ficando atrás apenas do CBMI Congresso Brasileiro de Terapia Intensiva (CBMI). Ele ocorre a cada dois anos na cidade de Campos do Jordão. Este ano, o Copati contou com seis palestrantes internacionais, 130 palestrantes nacionais e mais de 600 participantes.



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