Pesquisa da Unicamp aponta que 13,6% da população de Campinas pode ter bruxismo
Publicado por: Camila Delmondes
11 de dezembro de 2020

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Uma pesquisa na área de epidemiologia conduzida dentro do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp apontou que 13,6% da população de Campinas pode sofrer de bruxismo. O estudo foi conduzido pela odontóloga Bruna Kelly Fehlberg, com a orientação da pesquisadora da FCM, Margareth Guimarães Lima.

“O bruxismo pode ser descrito como uma atividade rítmica e repetitiva da musculatura mastigatória, caracterizada por apertamento ou ranger dos dentes. Embora o estudo sobre o bruxismo tenha recebido crescente atenção nos últimos anos, dados de levantamentos populacionais em adultos e idosos ainda são escassos no Brasil”, explica Bruna.

O delineamento do estudo foi transversal e de base populacional. Para determinar a prevalência – termo adotado em Saúde Pública para mostrar a frequência ou probabilidade de doença, por exemplo – do bruxismo na população de Campinas, a pesquisadora utilizou dados do Inquérito Domiciliar de Saúde de Base Populacional do Município de Campinas – ISACamp 2014/2015. A amostra da pesquisa foi de 1.986 indivíduos com idade igual ou superior a 20 anos.

A prevalência de bruxismo foi estimada segundo variáveis independentes e associações entre outras doenças, por meio de testes específicos. Foi desenvolvido um modelo hierárquico, realizado por meio de regressão em duas etapas. Também foi realizada uma análise fatorial por componentes principais para identificar padrões de multimorbidades.

Segundo a pesquisa, a prevalência de bruxismo na população de Campinas foi de 13,6%. As associações encontradas foram: consumo de bebida alcoólica, qualidade do sono e número de doenças crônicas e problemas de saúde. O bruxismo esteve mais associado comasma, rinite, sinusite, tontura ou vertigem, enxaqueca ou dor de cabeça, problema emocional ou mental, dor nas costas e alergia.

“A maior prevalência de bruxismo foi observada na presença concomitante de cincoou mais destas morbidades. Nossos resultados favorecem a justificativa da inclusão do bruxismo como um fator associado ao consumo de bebidas alcoólicas na elaboração de políticas e ações voltadas para diminuição do consumo dessas substâncias, assim como o direcionamento das ações de saúde no trabalho em equipe multidisciplinar, priorizando a redução dos danos provocados pela presença simultânea dos problemas de saúde associados ao bruxismo”, recomenda Bruna.

Os resultados da pesquisa geram também o artigo Comportamentos de saúde e multimorbidades associados ao bruxismo: Estudo de base populacional, publicado nos anais do 16º Congresso Mundial de Saúde Pública da Abrasco. Leia aqui o resumo do artigo.



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