“Creio ser oportuno o estudo da morte, buscando entender o que isto significa, com o objetivo de enfrentarmos melhor este nosso destino imutável”, publicou em 11 de fevereiro de 2010, o neurocirurgião e livre docente aposentado do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, José Jorge Facure. Ontem, 21 de setembro, ele foi ao encontro definitivo das respostas [...]

Médico formado pela Faculdade Federal de Medicina do Triângulo Mineiro, em 1966, José Jorge Facure especializou-se em neurocirurgia pela Universidade de São Paulo, em 1969, com profissionais como Rolando Angelo Tenuro, Horácio M. Canelas, Antonio Spina-França Neto, José Zaclis, Gilberto Machado de Almeida, Antonio Branco Lefèvre e José Lamartine de Assis.

Fez diversos cursos de aprimoramento no exterior, em países como Estados Unidos, Canadá e França, onde também participou de muitos encontros científicos da sua área de atuação, dentre estes, o  40Th Annual Meeting da American Association of Neurological Surgeons, realizado em Boston, em 1972.

Veio para Campinas, em 1969, para trabalhar na clínica particular do irmão Nubor Orlando Facure, e na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, convidado pelo então fundador do Departamento de Neurologia, Oswaldo de Freitas Julião.

Na Unicamp, José Facure desenvolveu e consolidou a sua carreira acadêmico-científica. Em 1971, defendeu a tese de seu doutorado, intitulada “Derivação ventrículoperitoneal com válvula no tratamento da hidrocefalia infantil”. Tornou-se livre-docente em 1984, com a tese “Microneurocirurgia para o tratamento da hérnia discal lombar”.

No Departamento de Neurologia da FCM, ao lado do irmão Nubor, contribuiu na implantação da Residência em Neurocirurgia e na introdução do Departamento nos cursos de pós-graduação, ministrando o curso hipertensão intracraniana. Em 1976, fundou a disciplina de Neurocirurgia Infantil. Foi coordenador do Departamento no período de 1984 a 1986 e chefe da disciplina de Neurocirurgia de 1989 a 1990.

Titular Emérito da Academia Brasileira de Neurologia, membro efetivo da Sociedade Internacional de Neurocirurgia Pediátrica e membro vitalício da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC), também foi Diretor Técnico do Hospital Beneficência Portuguesa.

Em 2010, foi agraciado pela Câmara Municipal de Campinas com o Diploma de Mérito Médico "Dr. Roberto Maia Rocha Brito. Em 2014, foi contemplado pela SMCC com o Prêmio Paes Leme, pelos relevantes serviços prestados à comunidade, na área da Saúde. Ainda em junho de 2018 – durante a entrega do 18º Prêmio Paes Leme – foi novamente homenageado pela SMCC, desta vez, ao lado de outros ilustres fundadores de serviços de saúde de Campinas, pelo seu associativismo vitalício à entidade.

[...] “Embora em um futuro não muito distante, provavelmente teremos a prova científica da existência da alma e da continuidade da vida na espiritualidade, não podemos considerar indispensável esta constatação para assegurarmos a própria evolução. É preciso lembrar que já recebemos todos os ensinamentos necessários para esta marcha evolutiva. O conhecimento científico confirmando de onde viemos e para onde vamos, é desejável, porém, não é indispensável para o aprimoramento de nós mesmos. Com este estudo da morte, estamos na realidade preconizando a escolha de uma vida produtiva em benefício do semelhante, como melhor conduta de vida, estamos, portanto, na realidade, estudando a vida", deixou registrado o professor José Jorge Facure, no blog de seu irmão, Nubor.