O neurocirurgião da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp Andrei Fernandes Joaquim foi premiado pela Scoliosis Research Society (SRS) por seu desempenho e pesquisas na área de coluna. Andrei ganhou um  auxílio financeiro para apoio e educação continuada, com direito a participar do Congresso Anual da SRS em setembro, em Lyon, na França, além de frequentar, gratuitamente, todos os cursos na área de deformidades e cirurgia da coluna vertebral relacionados ao evento.

O prêmio é concedido a neurocirurgiões ou ortopedistas especialistas em coluna com menos de 40 anos de idade que trabalham em instituições de ensino em países em desenvolvimento. Fundada em 1966, a SRS é reconhecida como uma das mais importantes sociedades de coluna do mundo, sem fins lucrativos, composta por médicos e profissionais relacionados ao tratamento de doenças da coluna vertebral.

Para um candidato ser indicado ao prêmio, além da análise do currículo e desenvolver pesquisas na área de coluna, é necessário uma carta de recomendação de um membro titular da Sociedade. A carta de recomendação foi dada pelo professor Christopher Shaffrey, neurocirurgião da Universidade de Virgínia, Estados Unidos, onde Andrei estagiou em 2008.

“O interesse da Sociedade é multiplicar o conhecimento daquilo que é passado no Congresso, por isso preferem alguém com vínculo a instituição de ensino e pesquisa”, comentou Andrei.

Em março de 2012, Andrei realizou a primeira cirurgia de coluna auxiliada por neuronavegação no Hospital de Clínicas (FCM) da Unicamp. No mesmo ano, em setembro, Andrei auxiliou na implantação da equipe de neurocirurgia funcional do HC da Unicamp, com as cirurgias de talamotomia e palidotomia para tratamento da doença de Parkinson.

Atualmente, além de ser neurocirurgião no ambulatório de coluna no HC, Andrei auxilia nas aulas teóricas para alunos da graduação em medicina e médicos-residentes. Suas principais linhas de pesquisa são: traumatismo da coluna vertebral; tumores intra e extra medulares, juntamente com o neurocirurgião Helder Tedeschi, chefe da divisão;  malformações da junção crânio-cervical e deformidades pós-cirúrgicas de coluna.

Andrei conversou sobre alguns mitos e verdades sobre as doenças de coluna

Segundo o neurocirurgião da Unicamp, a grande maioria dos problemas na coluna vertebral da população está relacionado ao estilo de vida, como sedentarismo, obesidade, má postura, uso inadequado de calçado, excesso de peso ao carregar bolsas e mochilas e falta de condicionamento físico.

Em alguns casos, como em doenças degenerativas graves ou tumores com compressão da medula, sintomas como déficits neurológicos, alterações urinárias, dificuldade de movimentação do braço e de caminhar, emagrecimento e perda de peso são de sinais de alerta de maior gravidade e devem ser avaliados com urgência.
“Uma atividade física leve, frequente e bem orientada é benéfica do ponto de vista cardíaco, pulmonar e osteoarticular. Um bom clínico-geral é capaz de diagnosticar e tratar a grande maioria das lombalgias, principalmente as agudas. Casos de dores persistentes devem ser avaliados por ortopedistas ou neurocirurgiões especialistas em coluna”, explicou.

Ao fazer uma caminhada, Andrei orienta a usar um bom tênis adequado para esporte, ao invés de sapatos ou chinelos. Um calçado inadequado pode causar dor nas costas, assim como permanecer muito tempo sentado numa mesma posição. Ao dormir, um colchão de densidade moderada é o mais indicado, mantendo o alinhamento da coluna. No inverno, é comum o aumento de queixas de dores musculares, principalmente após treinamento físico.

“Nos extremos, como um colchão muito duro, você não adapta a coluna ao colchão e isso pode causar dores musculares. Oriento todos os pacientes a evitar choque térmico, como sair de aulas de natação em uma piscina aquecida e se expor ao frio. Alguns pacientes relatam piora das dores na coluna nesse período de baixa temperatura. Pessoalmente, acredito no conselho da vovó para não ‘pegar friagem no inverno’, disse Andrei, brincando.

Texto: Edimilson Montalti - ARP-FCM/Unicamp
Fotos: Jéssica Kruckenfellner - AI-HC/Unicamp