FCM reúne experts do Brasil e do exterior durante Seminário Internacional sobre Pesquisa em Educação nas Profissões da Saúde
Publicado por: Camila Delmondes
05 de janeiro de 2022

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Ainda no mês de novembro, a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, por intermédio do Núcleo de Avaliação, Pesquisa e Educação em Saúde (Napes), promoveu o I Seminário Internacional de Pesquisa em Educação para as Profissões da Saúde (I SIPEPS). No destaque da programação que contou com a participação de docentes, discentes e egressos de diversas universidades do Brasil e do exterior, a mesa-redonda internacional denominada “Possibilidades e desafios para a pesquisa em Ensino em Saúde” contou com a expertise dos pesquisadores Brownell Anderson, Madalena Patrício, Rakesh Patel, e Melchor Sánchez Mendiola, respectivamente, da Universidade do Minho, Universidade de Lisboa, University of Nottingham e Universidad Nacional Autónoma do México.

Em sua exposição, a docente da Universidade do Minho (Portugal), Brownell Anderson, discutiu aspectos que devem ser considerados pelos pesquisadores que atuam no campo do Ensino em Saúde, na hora de submeter um artigo para publicação. Dentre os pontos mais importantes, a editora da sessão Really Good Stuff da Revista Medical Education falou sobre a revisão de literatura. “Muitos autores focam seu trabalho em descrever aquilo que já é conhecido, quando o que se pede é ilustrar aquilo que ainda não é conhecido. O seu trabalho é parte de uma conversação maior e deve adicionar componentes sobre os quais ninguém falou ainda”, disse.

Ao falar sobre as possibilidades e desafios para a pesquisa em Educação Médica, a pesquisadora da Universidade de Lisboa (Portugal), Madalena Patrício, falou sobre o Best Evidence Medical Education (BEME), grupo atualmente por ela presidido, que reúne pessoas, universidades e organizações profissionais comprometidas com o desenvolvimento da educação das profissões médicas e de saúde, baseada em evidências. “A Educação Médica não pode ficar estática globalmente, com dificuldade para estar em compasso com as mudanças tremendas que estão acontecendo na prática na área da Saúde. Precisamos alinhar a prática com as descobertas da pesquisa. Para serem eficazes, as mudanças precisam ser baseadas em evidências. E, para serem eficazes, as evidências têm que ser baseadas numa abordagem sistemática”, afirmou.

Em sua apresentação, o professor da University of Nottingham (Reino Unido), Rakesh Patel, refletiu sobre o equilíbrio que os profissionais devem ter no dia a dia de atuação, ao desempenharem diferentes papeis enquanto médico, educador e pesquisador. “Ser médico não significa ser professor. Atividade de ensino não é a mesma coisa que Educação Médica que, por sua vez, não é a mesma coisa que pesquisa em Educação Médica. Para ter sucesso em todas essas atividades, precisamos demonstrar resultados e de que forma eles beneficiam tantos os profissionais de saúde como também os pacientes”.

De acordo com o professor da Universidad Nacional Autónoma do México, Melchor Sánchez Mendiola, reconhecer a diferença entre o mundo que idealizamos e o mundo real é uma necessidade essencial quando se fala em possibilidades e desafios para a pesquisa em Educação Médica. “No mundo ideal, temos um equilíbrio perfeito entre a prática clínica, a educação e a pesquisa. Mas, no mundo real, a prática clínica é como um monstro enorme que devora tudo, absorvendo a nossa energia”, disse Melchor em tom de humor.

Dando ênfase sobre os desafios enfrentados pelos médicos no campo de pesquisa em Educação Médica, Melchor falou sobre os desafios técnicos e metodológicos interpostos ao ramo. “Os médicos são treinados a partir de um paradigma positivista, estando sintonizados com a pesquisa médica. De tal maneira, que a pesquisa qualitativa por vezes soa como uma língua estrangeira. Além disso, existem os desafios éticos e burocráticos que fazem da vida do pesquisador um verdadeiro inferno. E outros, como de falta de apoio financeiro, de dificuldades para colaboração interdisciplinar, de políticas internas e externas à instituição, dentre outros”.

Anfitriã do I SIPEPS, a coordenadora do Napes da FCM, Eliana Martorano Amaral, destacou a importância da continuidade das discussões sobre as pesquisas em Educação Médica, no sentido de acelerar o processo com os profissionais de saúde. “Por isso é tão importante compartilhar a nossa experiência aqui do Brasil com a experiência de profissionais de outros países. E aprender a partir dessa troca”.

Assista, abaixo, a íntegra do I SIPEPS, que contou, também com evento de comemoração de 10 anos de implantação, na FCM, do programa Pró-Ensino em Saúde, criado em 2011 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Na ocasião, os professores José Antonio Rocha Gontigo, Ricardo de Lima Zollner, Gil Guerra Júnior, Angélica Maria Bicudo e Rosana Onocko Campos, e a pedagoga Silvia Maria Riceto Ronchim foram homenageados pela iniciativa.



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