FCM fica azul no Dia Nacional do Surdo
Publicado por: Camila Delmondes
07 de outubro de 2015

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O Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel O. S. Porto” (Cepre) realizou na tarde dessa quinta-feira (25), no Salão Nobre da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, uma programação especial denominada “Setembro Azul”, em comemoração ao Dia Nacional do Surdo. O "Setembro Azul" é considerado um marco histórico pelas lutas e conquistas da comunidade surda, destacando, principalmente, as reivindicações por direitos linguísticos e culturais desse grupo.

De acordo com Angelica Bronzato de Paiva Silva, coordenadora do Cepre, a importância desse evento se reflete não apenas para a comunidade surda, mas também para sociedade que tem a oportunidade de receber informações. “O surdo é um cidadão como outro qualquer e que suas reivindicações é para que sejam cada vez mais respeitados nos seus direitos de usar a linguagem de sinais (libras), a sua cultura e ter um ensino de qualidade”, disse.

A coordenadora do curso de Fonoaudiologia da FCM Christiane Marques do Couto parabenizou o Cepre pela iniciativa do evento e disse que a fonoaudiologia é uma profissão que está muito próxima do surdo e de outros pacientes, além de desenvolver um trabalho de longa data com o grupo do Cepre. “Isso tornou a Fonoaudiologia da Unicamp mais forte, mais política e com poder de trabalhar de forma mais integrada e multidisciplinar”, disse Christiane.

Emmanuelle Lopes Garrido Alkmin Leão, Secretária Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura Municipal de Campinas, disse que já aos dois anos de idade frequentavam o Cepre e sabe a importância do centro e da Unicamp para Campinas.

Na opinião de Emmanuelle, é no dia a dia que se observa o que está sendo feito para a inclusão do deficiente auditivo e as limitações do poder público. Ela revelou que se angustia – sendo deficiente e gestora pública – em não ter ainda na cidade de Campinas uma central de atendimento para o SAMU ou o 190.

“A Universidade consegue estruturar conceitos e a Secretaria consegue promover mudanças, apesar de limitações. O Cepre mudou a minha vida. Que a Unicamp possa ser referência na construção de uma Campinas acessível e inclusiva a todos”, disse Emmanuelle.

O pró-reitor de Graduação da Unicamp, Luis Alberto Magna, comentou que está em tratativas com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação para incluir a língua de sinais (Libras) como primeira língua e a Língua Portuguesa como segunda língua para os deficientes surdos interessados em fazer o mestrado. Além disso, a língua de sinais passará a ser disciplina obrigatória nos curso de Pedagogia e Fonoaudiologia da Unicamp.

“Estamos buscando dar sustentação para a inclusão plena de alunos surdos nos cursos de graduação e pós-graduação da Unicamp. Esperamos, assim, abrir mais as portas da Universidade para o acesso dos alunos surdos para o mestrado e doutorado”, disse Magna.

O projeto “Setembro Azul” foi apresentado pela instrutora de sinais do Cepre Rosemeire Desidério. A pedagoga e linguista Zilda Maria Gesueli Oliveira da Paz falou sobre a surdez. Márcia Nepomuceno apresentou o Projeto de Música e Surdez do Cepre. Na sequência, os jovens do Cepre fizeram uma apresentação teatral e o grupo de teatro “Mãos de Fada” encerraram o evento.



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