Exposição “Amigos” na FCM reúne obras de três renomados artistas do circuito campineiro de artes
Publicado por: Camila Delmondes
15 de setembro de 2022

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Foi inaugurada no Espaço das Artes da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, nesta segunda-feira (12), a exposição “Amigos”. Sob a curadoria de Vera Semanuic, a mostra reúne três séries de pinturas em tinta acrílica, dos amigos Fúlvia Gonçalves (“Sementes e eternidade”, 2017), Márcio Rodrigues (“Livre”, 2022) e Vanderlei Zalochi (“Meu universo”, 2020). O público poderá conhecer as obras no Espaço das Artes da FCM até 30 de setembro. 

Artistas e público prestigiam abertura da exposição. Foto: Mercedes Santos/ARPI

Fúlvia teve a ideia da exposição, que teve que ser adiada devido à pandemia. “Agora, achamos o momento propício para convidar o Zalochi e o Márcio para expor também”, disse. 

Docente aposentada do Instituto de Artes (IA) da Unicamp, Fúlvia Gonçalves falou sobre o contexto de criação das obras apresentadas na FCM, que emergiram a partir dos estudos realizados no âmbito da disciplina sobre análise e exercício de materiais expressivos.

Foto: Mercedes Santos/ARPI

“Encontrei uma fórmula própria de aplicar a massa e passar a espátula na superfície do quadro e cabo do pincel, além de usar a tinta acrílica bem diluída. A criação e técnica são atos simultâneos”, disse. Na série exposta, foram utilizadas cores quentes e linhas pretas. “Eu uso o preto para representar a semente, e a figuração aparece de uma forma muito tênue. A gente vai trabalhando ao longo de uma ampla jornada, em que o espaço-tempo é um fator importante”, avalia Fúlvia.

Com extenso currículo artístico, Fúlvia veio de Ribeirão Preto para Campinas na pós-graduação para trabalhar com ensino e pesquisa na Unicamp, a partir de 1976. Participou ainda da criação do curso de Educação Artística – habilitação em Artes Plásticas e do curso de pós-graduação. Foi premiada nacionalmente e parte de suas obras se encontram em unidades da universidade (como Hospital da Mulher - Caism e Centro de Memória) e até fora do Brasil, na galeria do Consulado Brasileiro em Milão.

Fúlvia Martins ao lado de uma de suas obras. Foto: Mercedes Santos/ARPI

Também trabalhando com tinta acrílica sobre tela, o autodidata Márcio Rodrigues também utiliza da técnica de monotipia (colagem de tinta sobre tinta em algumas partes dos quadros). Um dos motivos presentes em todas as obras de sua série é a bicicleta. “É quase uma assinatura minha, uma marca que tenho uma ligação, apesar de não saber andar”, disse o artista, curiosamente. “Faz 12 anos que coloco as bicicletas nos meus quadros. Essa série é para dar ideia de liberdade mesmo: as cores nas situações, a bicicleta andando livre, o barco nadando, sem limites”, diz o artista. As pinturas estão sendo expostas pela primeira vez, na FCM. “Deixo para o espectador interpretar a arte como ele quer; fica livre também para isso”, declara Márcio, que integrou a 4ª turma de Engenharia de Alimentos na Unicamp.

Foto: Mercedes Santos/ARPI

Nascido em Campinas, em 1950, Márcio desenha e pinta sobre diversos materiais desde criança. O contato com o artista clássico campineiro Aldo Cardarelli o motivou a aperfeiçoar seu desenho. Também responde por expansões estilísticas expressivas no desenho e na distribuição harmônica das cores, notável nas várias etapas de seu fazer artístico. Recebeu premiações como a Medalha Carlos Gomes da Prefeitura de Campinas (2003) e realizou exposições artísticas no Brasil e exterior - El Salvador (1985) e Espanha (2000).

Márcio Rodrigues ao lado de uma de suas obras. Foto: Mercedes Santos/ARPI

Vanderlei Zalochi, por sua vez, possui amplo acervo, exercendo a pintura há 52 anos. “Sempre fui construtivista e humanista. Uso a divisão de espaços, cores, com peso, tudo correto”, diz o artista sobre sua obra. A maioria dos quadros expostos foi produzida em 2020. “Quando eu pintei esses quadros estava muito doente. Passei 17 dias na UTI, devido a um acidente. Mas não conseguia deixar de pintar um dia sequer. Eu carregava o oxigênio para o ateliê e ficava produzindo. Aqui eu retrato ‘Meu universo’, ou seja, eu me expresso dessa forma”, afirma Vanderlei, que inclui elementos de astronomia e alfanuméricos em suas composições. 

Foto: Mercedes Santos/ARPI

Nascido em Campinas, em 1944, o pintor formou-se médico pneumologista em São Paulo. Iniciou-se nas artes plásticas como autodidata, durante os anos 1970.  A partir de então, participou ativamente do movimento artístico-plástico de Campinas, onde integra o Grupo Campinas Arte até hoje. Em 1993, realizou intervenção artística numa guarita instalada no canteiro central da Avenida Jesuino Marcondes Machado. Em 1999, ilustrou o convite da peça “A Dança da Morte”, dirigida por Paulo Simões.

Vanderlei Zalochi ao lado de uma de suas obras. Foto: Mercedes Santos/ARPI


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