O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou, na última quinta-feira (20), que abrirá nova consulta pública sobre a normativa da entidade referente à prescrição da substância canabidiol. Em entrevista à Folha de São Paulo (FSP), o chefe do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Li Li Min, falou sobre a polêmica recente envolvendo a nova resolução do CFM (2.324/2022), que permite o uso de canabidiol apenas nos casos de crianças e adolescentes com epilepsias refratárias às terapias convencionais utilizadas no tratamento das síndromes de Dravet e Lennox-Gastaut e no complexo de esclerose tuberosa. 

“O documento não auxilia o uso clínico ou a pesquisa sobre canabidiol no país”, afirmou Li ao jornal. Em 2012, o docente da FCM foi eleito Embaixador da Epilepsia no Brasil pela Liga Internacional de Epilepsia (ILAE, da sigla em inglês) e Escritório Internacional de Epilepsia (IBE, da sigla em inglês). De acordo com Li, a resolução do CFM é muito restritiva, representando um grupo muito pequeno de pessoas com epilepsia, do total de pacientes com a doença que precisam recorrer a terapias alternativas (30% dos casos). Além disso, afirmou que já existem evidências da eficácia do uso do canabidiol para outras doenças que não foram consideradas no documento.

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