A professora Fabíola Taufic Monica Iglesias do Departamento de Medicina Translacional da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, obteve financiamento da Fapesp para projeto de pesquisa que propõe o reposicionamento do medicamento probenecida como potencial tratamento para desordens da bexiga (como bexiga hiperativa), próstata (hiperplasia benigna da próstata) e disfunção erétil.

Segundo explicou a docente, “as vias de sinalização nesses órgãos apresentam similaridades, e dados preliminares do grupo de pesquisa em tecidos isolados de roedores, suínos e humanos indicam que a probenecida melhora a resposta a diversos agentes relaxantes, endógenos (do próprio organismo) ou sintéticos”.

O projeto visa avaliar, em modelos animais e fragmentos de tecidos humanos, o efeito da probenecida em associação com medicamentos já aprovados para o tratamento dessas desordens, com o objetivo de potencializar o efeito desejado e reduzir as doses necessárias. “Trata-se de uma pesquisa básica que pode fornecer evidências e conhecimentos essenciais para estudos futuros em pacientes”, disse Fabíola.

A probenecida é utilizada em outros países para o tratamento da gota e como adjuvante na antibioticoterapia, pois quando administrada com determinados antibióticos, prolonga a duração de sua ação. Nos últimos anos, tem sido proposta para reposicionamento no tratamento de doenças cardiovasculares, com dois estudos clínicos em andamento.

“O reposicionamento de medicamentos é uma estratégia que busca novas indicações terapêuticas para fármacos já aprovados, reduzindo custos e tempo de desenvolvimento, uma vez que as informações farmacocinéticas e toxicológicas desses medicamentos já são conhecidas”, explicou.