CCAS divulga dados sobre a mortalidade por neoplasias em Campinas
Publicado por: Camila Delmondes
18 de setembro de 2018

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O Centro Colaborador em Análise de Saúde (CCAS) do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp publicou um novo boletim sobre a mortalidade em Campinas. O boletim nº 56 aborda a mortalidade por neoplasias analisando tendências no período de 1980 a 2017. As neoplasias representam um quinto das causas de óbitos e são a segunda causa de morte em Campinas, segundo os dados que constam nessa edição do boletim do CCAS.

De acordo com os dados, o risco de morrer por câncer é maior nos homens de que nas mulheres e cresce fortemente com a idade, indo de três por 100 mil em crianças e adolescentes para 600 por 100 mil em idosos. “Como os óbitos por doenças cardiovasculares vem declinando fortemente, a tendência é que nas próximas décadas as mortes por neoplasia venham a ocupar o primeiro lugar”, explica a pesquisadora e coordenadora do CCAS, Marilisa de Barros Berti. 

Metade das mortes por câncer em cada sexo concentra-se em apenas cinco tipos. Nos homens, o câncer de brônquios e pulmões (13,9%), câncer de cólon e reto (11%) e de próstata (10%) são as principais causas de morte por neoplasias. Nas mulheres, as mortes por câncer de mama (16,3%) ocupam o primeiro lugar, seguidas pelo câncer de brônquios e pulmões (11,6%) e pelo de cólon e reto (10,6%).

Análises das tendências nas últimas décadas revelam que as taxas de mortalidade por câncer de estômago e de colo de útero vêm, sistematicamente, decrescendo em Campinas. Neoplasias de mama e de próstata, cujas taxas vinham crescendo nas últimas décadas, passaram a declinar desde 2008 e 2005, respectivamente.

As taxas de mortalidade por câncer de cólon e reto vem diminuindo desde 1999 nas mulheres, mas nos homens o declínio é mais recente e ainda não significativo. Por outro lado, enquanto o câncer de pulmão declina nos homens desde 1994, nas mulheres ele vem significativamente aumentado desde 1980.

“Este boletim revela a reversão da tendência de vários tipos de câncer, cujas taxas passaram a declinar em períodos mais recentes, como os cânceres de próstata e de mama. Mesmo com essa redução, as neoplasias devem ser a primeira causa de morte em Campinas nas próximas décadas”, diz Marilisa Berti de Azevedo Barros.

O boletim apresenta que o risco de morrer por câncer é maior nos Distritos onde residem segmentos mais pobres da população do município. As menores taxas, para ambos os sexos, são encontradas no Distrito Leste que é onde reside a população de melhor nível socioeconômico. Enquanto no Leste a taxa nos homens é de 120,3 para 100 mil homens a do Distrito Noroeste é de 154,7 e do Distrito Sudoeste é de 150,3 para cada 100 mil homens.

“A desigualdade social constatada nas taxas de morte destaca a relevância de financiamento adequado do SUS para atender com qualidade e eficiência as necessidades de prevenção e de tratamento do câncer em especial dos segmentos socialmente mais vulneráveis que são os submetidos aos maiores riscos”, comentou Marilisa

Os dados detalhados estão publicados na página do CCAS no site da FCM e também na página da Secretaria Municipal de Campinas.



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