Associação entre variações genéticas e risco de câncer de garganta é tema de pesquisa premiada em congresso
Publicado por: Camila Delmondes
01 de dezembro de 2015

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O trabalho “Avaliação dos polimorfismos SLC23A2 e Kras-LCS6 entre portadores de carcinoma de células escamosas de orofaringe” da mestranda Marília Bueno Santiago do Departamento de Genética Médica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, foi premiado em primeiro lugar na categoria apresentação oral durante o 1º Congresso de Biomedicina de Santa Catarina, realizado no final de novembro na faculdade Uniasselvi, em Blumenau, Santa Catarina. O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência desses polimorfismos em pacientes atendidos no ambulatório de oncologia do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, verificando associação com dados clínicos. A orientação da pesquisa é da geneticista Carmen Silvia Bertuzzo.

O câncer é um dos problemas mais comuns da medicina atualmente, com cerca de 481 mil novos casos por ano, atingindo mais de um terço da população. O câncer de cabeça e pescoço é representado, em sua maioria, por alterações celulares epiteliais do tipo carcinoma espinocelular (CEC) que acometem as vias superiores aerodigestivas. Esses tumores são bastante agressivos. A grande maioria dos casos é representada por herança genética multifatorial. O câncer de orofaringe tem origem na região das amígdalas, base da língua, parede posterior da faringe, palato mole ou vulva e as principais queixas dos pacientes são a dor no local, a dor de ouvido e o aumento do volume dos linfonódos cervicais.

O estudo de Marília associa o carcinoma espinocelular a alguns polimorfismos, como o Kras-LCS6, que reduz significativamente o tempo de vida em pacientes com tumores de cabeça e pescoço; esta variante pode alterar a característica genética ou resposta terapêutica da doença. Outro polimorfismo estudado pela pesquisadora foi o SLC23A2, associado ao transporte da vitamina C presente em frutas cítricas, que pode alterar o risco de câncer de cabeça e pescoço em portares do vírus HPV16 Humano. A associação de ambos parece aumentar o risco de câncer de cabeça e pescoço, já que portadores do vírus tem um risco aumentado de desenvolver este tipo de tumor.

A pesquisadora utilizou um estudo prospectivo experimental onde foi utilizado o método de reação em cadeia de polimerase (PCR) associado à digestão enzimática onde foram avaliados, até o momento, 74 pacientes com relação a presença do alelo G ou T. Dos pacientes já avaliados, 82,4% apresentaram o genótipo TT, 14,8% o genótipo GT e 2,7% o genótipo GG. A pesquisadora encontrou até o momento uma alta freqüência do alelo T em comparação ao alelo G. “Pretendemos avaliar 200 pacientes e compará-los com amostras da população e com os dados clínicos para confirmarmos a existência dos polimorfismos. No caso do polimorfismo SLC23A2, em um primeiro momento, iremos verificar a associação dos genótipos com a doença e, posteriormente, faremos uma análise comparativa entre este polimorfismo e a presença do vírus HPV16 humano. Os estudos serão concluídos em julho de 2011”, disse Marília.



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