Alunos de medicina têm aula de anatomia em 3D
Publicado por: Camila Delmondes
07 de outubro de 2015

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Alunos do terceiro ano do curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp usaram pela primeira vez em sala de aula um programa de imagens tridimensionais (3D) para estudar anatomia humana. A novidade foi usada na disciplina Anatomia Aplicada a Prática Médica II e foi aprovada por 94% dos estudantes, conforme pesquisa feita pela Coordenadoria de Graduação em Medicina.

Segundo o coordenador do Curso de Medicina da FCM da Unicamp, Wilson Nadruz, a iniciativa é bastante interessante, pois faz uso de recursos tecnológicos e virtuais disponíveis na Universidade, mas que eram pouco utilizados.

O software chamado de Primal Pictures contém fotos, vídeos textos e imagens de ressonância magnética sob vários ângulos e faz uma reconstituição computadorizada do corpo humano. Entre os recursos, o programa permite que se incluam ou retirem órgãos ou tecidos da imagem, faça associações com doenças e lesões e que a aluno avalie possíveis acessos cirúrgicos. Ele é disponibilizado aos alunos pela Biblioteca da FCM a partir do acesso da SBU da Unicamp.

“O software é autoexplicativo e permite ao aluno aprender de forma lúdica, consultar bibliotecas de imagens, navegar e ver diferentes partes da anatomia. É útil para o estudo de anatomia comparada e pode ser usado na graduação e na residência-médica”, disse o professor da disciplina de cirurgia cardíaca, Lindemberg da Mota Silveira Filho.

De acordo com o médico Joaquim Busttorf, chefe do Departamento de Cirurgia da FCM, a cirurgia torácica e beneficia desse tipo de software pelo fato dos órgãos torácicos terem uma anatomia e um posicionamento mais bem definido dentro da cavidade torácica do que, por exemplo, os órgãos do aparelho digestivo dentro do abdômen.

“Assim a anatomia fica mais fácil de ser reproduzida e visualizada virtualmente nesta situação”, disse Bustorff.

Entretanto, ambos concordam que o Primal Pictures não substitui o ensino tradicional de anatomia, mas pode complementar o ensino. O estudo em cadáveres e em seres humanos submetidos a procedimentos cirúrgicos ainda é fundamental para o aprendizado da anatomia real, com toda a sua riqueza e variabilidade.

“Os alunos atuais são de uma geração que nasceu com a informática. Mas ainda acho precoce uma avaliação”, disse Lindemberg.

“O estudo virtual é como estudar um mapa do lugar para onde você quer ir viajar. Nada substitui você ir ao lugar pessoalmente e ao vivo”, disse Bustorff.

Para a assessora pedagógica Silvia Passeri, a utilização deste software proporciona uma aula mais dinâmica e com maior envolvimento dos estudantes, resultando assim numa aprendizagem ainda mais efetiva. “O investimento em tecnologias de ensino é importante para a manutenção da qualidade do curso”, disse.

 



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