Pesquisa aponta desconhecimento dos alunos da Unicamp sobre DST
Publicado por: Camila Delmondes
01 de dezembro de 2015

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Pesquisa realizada com alunos de graduação da Unicamp constatou que eles conhecem pouco sobre doenças sexualmente transmissíveis (DST). A pesquisa tomou como base jovens de 16 a 29 anos de ambos sexos, matriculados em 2011 e 2012 nos diversos cursos da Universidade. Os dados foram apresentados na manhã desta terça-feira (30) pelo professor e médico dermatologista Paulo Eduardo Neves Ferreira Velho, no anfiteatro 1 da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.

Dos 16.787 graduandos matriculados em 2011, 1.448 responderam ao questionário enviado online. Dos 3.320 calouros matriculados em 2012, 371 responderam ao questionário. Quanto à faixa etária, 95,8% estavam entre 16 a 29 anos e 50,0% eram de cada sexo. Houve representatividade de todas as áreas de formação e semestres letivos: 4,8% dos respondentes eram da área de Artes; 18,2% da área de Ciências Biológicas ou profissões da saúde; 59,4% da área de Ciências Exatas e Tecnológicas e da Terra; e 17,6% da área de Ciências Humanas. Do total de alunos pesquisados, 22% estavam no primeiro ano do curso; 22,7% no segundo; 21,2% no terceiro; 15,2% no quarto ano e 19,9% no quinto ou sexto ano do curso.

Perguntou-se sobre a atividade sexual dos graduandos e 20,0% dos alunos de 2011 e 36,20% dos calouros não haviam tido relações sexuais.  Dos alunos que já haviam tido atividade sexual, um em cada quatro referia não ter parceria fixa e 29,0% referiram ter mais que duas parcerias por ano. A bissexualidade foi informada por 9,0% dos alunos, enquanto 5,8% dos homens e 1,1% das mulheres informaram a homossexualidade. O preservativo foi usado por 99% dos alunos, mas menos de 20% deles fazia uso adequado deste método de prevenção.

Sobre o slogan da campanha do governo: Faça o que quiser, mas faça com camisinha, 43,0% dos graduandos da Unicamp apreenderam que estariam 100% seguros se usassem preservativos nas suas relações sexuais e/ou que usá-los garantiria que não adquirissem DST. Acerca da proteção, 72,0% não sabiam que o preservativo não protege contra lesões cutâneas fora da área de barreira.

Cerca de 80% não souberam identificar lesões de herpes simples, não sabiam que não há cura para o HSV e, quando apontadas lesões discretas da infecção pelo HPV, afirmaram que elas poderiam ser confundidas com lesões comuns como “pintas”.  Alem disso, 73,7% dos alunos não concordaram que quem tem uma DST tem risco dez vezes maior de contrair o HIV e 66,3% que o segundo câncer mais frequente nas mulheres brasileiras pode ser considerado uma DST.

Ainda de acordo com a pesquisa, mais de 80% dos participantes tinham dúvidas e pretendiam ler mais sobre DST após a pesquisa e 96,1% aprenderam algo sobre as DST.  Quase a metade dos alunos julgou que uma disciplina (obrigatória, optativa ou à distância) sobre o tema deveria ser oferecida a todos os graduandos.

“A pesquisa mostrou que a maioria dos estudantes da Unicamp se expôs a contrair DST e não tem conhecimentos básicos sobre o tema. As campanhas do Governo focam muito o uso do preservativo. Dos alunos entrevistados, 43% achavam que com o uso do preservativo estariam 100% seguros em contrair doenças sexualmente transmissíveis. Não basta o conhecimento sobre a necessidade de usar o preservativo na prevenção destas doenças”, alertou Paulo Velho, que ministra uma disciplina sobre DST no curso de Medicina da FCM da Unicamp.

Em março deste ano, a Unicamp começou a campanha “DST. Proteção com informação. Vista esta camisa”. Os alunos matriculados de 2013 já receberam informações sobre DST. Panfletos foram distribuídos na Universidade e os alunos receberam, por e-mail, material informativo da campanha.

“Estamos criando um site para disponibilizar mais informações sobre DST e pretendemos oferecer uma disciplina optativa aos alunos da Unicamp sobre o tema. Temos a expectativa de oferecer essa aula à distância e estender o ensino além das fronteiras da Unicamp”, explicou Paulo Velho.

Os dados apresentados foram desenvolvidos pela pedagoga da Unicamp Eneida Lazzarini de Castro e teve a colaboração de Tânia Alencar de Caldas, Elisabete Monteiro de Aguiar Pereira e André Morcillo. A campanha na Unicamp é promovida pela Pró-reitoria de Graduação (PRG), FCM, Centro de Saúde da Comunidade (Cecom) e Grupo Gestor de Tecnologias Educacionais (GGTE).

Texto e fotos: Edimilson Montalti - ARP-FCM/Unicamp



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