Dia Mundial do Diabetes foca prevenção do diabetes infanto-juvenil
Publicado por: Camila Delmondes
01 de dezembro de 2015

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Dia 14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes. O tema deste ano proposto pela  Federação Internacional do Diabetes é “Proteja nosso Futuro”. O foco são crianças e jovens com diabetes tipo 1, denominado autoimune.  O diabetes tipo 1 pode acometer crianças a partir dos seis anos de vida e atinge o pico máximo na adolescência, por volta dos 12 ou 13 anos. O diabetes tipo 2 é mais comum entre a população acima dos 40 anos de idade e está associado à obesidade, ao sedentarismo e ao envelhecimento da população. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o diabetes uma epidemia mundial.

Perda de peso considerável sem dieta ou exercício físico, sede, vontade constante em urinar e desânimo podem ser sintomas de diabetes. Para conscientizar a população sobre o diabetes, a disciplina de Endocrinologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), a Liga de Diabetes e o Serviço de Nutrição do Hospital de Clínicas (HC) promovem, de 12 a 14 de novembro, das 8h30 às 12 horas, na rampa de acesso ao terceiro andar do HC várias ações.

Na semana do Dia Mundial do Diabetes, a fachada FCM e a entrada Unicamp estarão iluminadas de azul, cor da campanha. Na segunda e terça-feira (12 e 13) acontecem distribuição de material educativo, pulseiras e balões azuis e orientação nutricional e sobre o pé diabético. Na quarta-feira (14), além da distribuição das pulseiras e balões, a equipe faz gratuitamente o teste de glicemia capilar (ponta dos dedos), medição de índice de massa corporal e pressão alta. Ao meio-dia acontece a liberação de balões azuis e brancos em frente ao hospital.

“Estima-se que até 2030 cerca de 330 milhões de pessoas no mundo terão diabetes. Desse total, 90% serão do tipo 2 e cerca de 10% do tipo 1. O diabetes é uma doença silenciosa”, disse o endocrinologista da Unicamp Walter Minicucci e coordenador da campanha em Campinas.

Pelo fato do pâncreas não produzir insulina, as crianças com diabetes tipo 1 precisam tomar injeções de insulina e fazer o controle glicêmico constantemente. Isto exige várias aplicações ao longo do dia.

Segundo Marcos Tambascia, coordenador da disciplina de Endocrinologia e Metabologia do Departamento de Clínica Médica da FCM, o impacto do diagnóstico do diabetes infantil é visto com uma tragédia muito grande pela família. Porém, se bem tratada, a criança ou adolescente podem ter uma vida longa e produtiva.

“A família não deve se sentir culpada. Desde que façam o tratamento adequado, é possível que a criança não tenha nenhuma complicação ao longo da vida”, disse Tambascia.

Entre as complicações decorrentes do diabetes estão a cegueira, a insuficiência renal, a amputação de braços e pernas e a impotência. No caso do diabetes tipo 1, os sintomas podem aparecer ao mesmo tempo, de forma intensa. Na vida adulta, ele pode ser confundido com o diabetes tipo 2. Por isso, os especialistas recomendam pelo menos um teste capilar de glicemia a cada três anos.

“Pacientes com complicações decorrentes do diabetes tem de quatro a cinco vezes mais chances de morrerem de doença cardiovascular”, disse a médica da FCM, Elizabeth João Pavin, especialista em diabetes tipo 1.

Dentre as complicações, o pé diabético é o que resulta em maior morbidade para os pacientes. É a segunda causa de amputação no mundo. O paciente perde a sensibilidade dos pés e uma pequena lesão pode causar infecção ou úlcera, que não cicatriza. O grande problema é que, após a amputação, a sobrevida dos pacientes é pequena, em torno de cinco anos. As causas são associadas à depressão, problemas cardíacos, pneumonia e outros.

“Orientamos o diabético a não andar descalço e nem de chinelo, olhar o pé todo dia, usar calçado com solado rígido ou sandália sem apertar para diminuir a área de impacto localizado no pé”, disse a médica Cândida Parisi que há 20 anos cuida de pacientes com pé diabético no ambulatório de adultos do HC da Unicamp.

Obesidade, falta de atividade física e envelhecimento da população são fatores de risco para o diabetes tipo 2. Nos Estados Unidos, estima-se que metade da população esteja com sobrepeso nos próximos 20 anos. O Brasil segue no mesmo caminho.

Segundo Lício Velloso, médico e pesquisador da Unicamp, atualmente pouco mais de 10% da população brasileira tem diabetes, ou seja, uns 20 milhões de brasileiros. Nos próximos 20 anos, segundo o professor da FCM, este número deve dobrar.

“A obesidade é o principal fator de risco para o diabetes. Se pudéssemos evitar todos os casos de obesidade, teríamos uma redução de 80% no numero de pessoas com diabetes no país”, disse Velloso.  

Cuidar do peso, ter alimentação saudável rica em legumes, verduras, frutas, peixes e cereais integrais e manter um bom ritmo de atividade física são as principais recomendações para evitar o sobrepeso.

“Se o indivíduo não ficar obeso, terá uma chance muito pequena de desenvolver diabetes tipo 2. Também é importante, a partir dos 40 anos, ir regularmente ao médico para fazer exames que permitam detectar, precocemente, qualquer indicio de diabetes”, explicou Velloso.

“Apesar dos avanços da medicina, talvez a próxima geração tenha uma vida menos saudável que a atual. Prevenir o diabetes é ainda o melhor remédio”, disse Minicucci.

Texto: Edimilson Montalti - ARP-FCM/Unicamp

Fotos: Rose Oliveira - FCM/Unicamp



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