Cesáreas no Brasil chegam a 50%, revela pesquisa
Publicado por: Camila Delmondes
01 de dezembro de 2015

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A taxa média de nascimentos por cesárea chega a 50% no Brasil, equivalente aos valores da China.   É bem acima da média de 25% registrada nos países da Europa. Enquanto que nos países desenvolvidos a intervenção médica ocorre sobre mulheres e recém-nascidos em situações de risco, no Brasil ela acontece em mães saudáveis.

“Hoje, a cesárea se constitui num bem de consumo e num modelo desejado de se fazer o parto, inclusive para mulheres atendidas pelo Sistema Único de Saúde”, disse Maria do Carmo Leal, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, durante a apresentação do projeto “Nascer no Brasil: inquérito nacional sobre parto e nascimento” nesta quinta-feira (11) na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.

O projeto é financiado pelo CNPq e tem por objetivo estudar as condições de parto e nascimento no Brasil por meio de um inquérito nacional com 24 mil grávidas em todo o Brasil, atendendo a um edital do Ministério da Saúde. Docentes e alunos de pós-graduação do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp são os responsáveis pela coleta dos dados em seis hospitais da região de Campinas, divididos em particulares, públicos e mistos, com e sem UTI neonatal.

“Estamos iniciando as entrevistas no segundo e terceiro hospital da região de Campinas. Em cada um, são entrevistadas 90 mães e fazemos um acompanhamento dela e do recém-nascido após 60 dias. Os dados são enviados para a Fiocruz, que está fazendo o mapeando do Brasil”, explicou Antonieta Keiko Kakuda Shimo, enfermeira e responsável pelo Grupo de Pesquisa em Saúde da Mulher do Departamento de Enfermagem da FCM da Unicamp.

De acordo com Maria do Carmo, até agora já foram realizadas 13 mil entrevistas. A amostragem maior é no Estado de São Paulo e deve estar finalizada até novembro. “Temos claro que as cesáreas acontecem por conta das intervenções médicas. O Brasil entrou numa rota de desenvolvimento econômico com acesso ao uso de tecnologia, mas sem fazer desenvolvimento social adequado. O inquérito nacional sobre parto e nascimento servirá de subsídios para ações do Governo para o Rede Cegonha”, disse Maria do Carmo.

Texto e fotos: Edimilson Montalti – ARP-FCM/UNICAMP



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