O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma das condições mais prevalentes globalmente. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) desempenham papel central no cuidado longitudinal e coordenação do cuidado desses pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS). O manejo do DM2 envolve tanto abordagens farmacológicas e não farmacológicas, como a educação em saúde e a avaliação de complicações micro e macrovasculares, visando atingir a normoglicemia e, consequentemente, reduzir o risco de complicações e sequelas. Apesar disso, devido à complexidade do tratamento, grande percentual de pacientes não alcança o controle glicêmico adequado. Entre os fatores que contribuem para essa realidade destacam-se: a dificuldade em manter um acompanhamento longitudinal, falhas no registro adequado em prontuários eletrônicos e a baixa adesão às recomendações de mudanças no estilo de vida. Este estudo transversal foi realizado no Centro de Saúde Rosália, em Campinas-SP, com o objetivo de caracterizar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com DM2 atendidos na unidade, além de desenvolver uma cartilha informativa voltada a profissionais de saúde. Para isso, foram extraídos e analisados dados dos prontuários eletrônicos destes diabéticos, com enfoque em indicadores de controle glicêmico, fatores de risco cardiovasculares e complicações associadas. Com base nesses resultados, foi elaborada uma cartilha com orientações práticas, destinada a apoiar os profissionais de saúde na organização do cuidado e no uso sistematizado de prontuários eletrônicos. Essa ferramenta busca promover a educação permanente da equipe, além de otimizar a coordenação do cuidado e reduzir complicações. A ausência de uma sistematização eficaz no acompanhamento de pacientes diabéticos nas UBS compromete o controle glicêmico, eleva o risco de complicações e sobrecarrega o SUS. Os resultados obtidos neste estudo subsidiaram a criação de um material prático que poderá contribuir para a melhoria do cuidado centrado na pessoa, oferecendo uma abordagem replicável para outras unidades da Atenção Primária à Saúde. Com isso, espera-se que a implementação da cartilha promova uma assistência mais organizada e resolutiva, ampliando o impacto positivo no manejo do DM2 no SUS.