Qualificações e defesas - Detalhes


Avaliação da ultrassonografia, da mamografia e da ressonância magnética na predição da resposta à quimioterapia neoadjuvante para câncer de mama


Candidato(a): Livia Conz
Orientador(a): Luis Otavio Zanatta Sarian

Apresentação de Defesa

Curso: Tocoginecologia
Local: anfiteatro do DTG Caism/Unicamp
Data: 22/04/2025 - 09:00
Banca avaliadora
Titulares
Luis Otavio Zanatta Sarian
Gil Facina
Daniel Guimarães Tiezzi
Joao Renato Bennini Junior
Cesar Cabello Dos Santos
Suplentes
Giuliano Mendes Duarte
Joaquim Teodoro Romão de Oliveira
Cassio Cardoso Filho

Resumo



Introdução: A quimioterapia neoadjuvante (NACT), utilizada como parte inicial do tratamento do câncer de mama, possibilita o acompanhamento in vivo da resposta tumoral, favorece a indicação de cirurgia conservadora e ainda, a resposta anatomopatológica completa à quimioterapia neoadjuvante (pCR) é um importante marcador de sobrevida livre de doença e global. Entretanto, as modalidades de imagem e os parâmetros ideais para avaliar a resposta tumoral à NACT não estão bem estabelecidos. Dessa forma, este estudo explora o valor preditivo e prognóstico da ultrassonografia (US), mamografia (MMG) e ressonância magnética (RM), em especial com imagens por difusão (DWI), na avaliação da resposta anatomopatológica e sobrevida livre de doença e sobrevida global em pacientes com câncer de mama submetidas à NACT. Métodos: Este estudo prospectivo incluiu 173 mulheres com diagnóstico de carcinoma mamário tratadas com NACT entre 2017 e 2019 no CAISM/UNICAMP. As pacientes participantes foram submetidas a US, MMG e RM no início do estudo, após dois ciclos de quimioterapia e antes da cirurgia. Os parâmetros do US incluíram morfologia da lesão, variáveis Doppler e elastografia. MMG e RM foram avaliadas quanto à presença de nódulos e dimensões do tumor. A resposta patológica à quimioterapia foi determinada pela classificação do Índice de Carga Residual do Câncer (RCB). Um subconjunto de 92 pacientes com dados completos de RM antes do início da quimioterapia e após dois ciclos de tratamento, foi analisado. A DWI foi usada para avaliar a restrição de difusão (RD) tumoral. Análise estatística com modelos de riscos proporcionais de Cox e curvas de sobrevida de Kaplan-Meier, avaliaram a relação entre RD tumoral e sobrevida livre de doença e global. Resultados: Os resultados desta tese são apresentados em dois manuscritos científicos. No primeiro, o parâmetro de US com maior poder preditivo para pCR foi a velocidade diastólica final medida pelo Doppler após dois ciclos de quimioterapia em tumores não luminais. Para os luminais, a velocidade máxima da elastografia por ondas de cisalhamento (SWE) dentro do tumor no início do estudo foi o melhor parâmetro para predição de pCR. Em termos de RCB-III, para tumores não luminais, a medida aferida na RM perpendicularmente ao maior diâmetro tumoral mostrou-se o melhor parâmetro, com tumores com altura superior a 4,2cm apresentando 49,6 de chance de RCB-III. Já no segundo artigo, a RD avaliada na RM, seja no início ou após dois ciclos de quimioterapia, foi associada à pior sobrevida livre de doença e sobrevida global, particularmente em pacientes com tumores luminais. Pacientes com tumores com RD presente antes do início da quimioterapia apresentaram risco significativamente maior de progressão da doença (HR=3,46) e pior sobrevida global (HR=3,30) em comparação às sem RD. A análise de Kaplan-Meier mostrou que pacientes com RD apresentaram probabilidades de sobrevida significativamente menores ao longo de um período de acompanhamento de 60 meses. Conclusão: Este estudo fornece evidências de que a ultrassonografia Doppler realizada antes e após dois ciclos de quimioterapia pode ser utilizada para prever a resposta ao tratamento quimioterápico em pacientes com câncer de mama, especialmente nos tumores não luminais. Parâmetros funcionais, como velocidades de fluxo sanguíneo e medições de SWE, demonstraram valor preditivo superior para pCR. A RM baseada na DWI, oferece informações prognósticas valiosas, com a presença de RD antes ou durante a quimioterapia associada à pior sobrevida livre de progressão e sobrevida global, sugerindo seu potencial papel na personalização de estratégias neoadjuvantes. Novos estudos são necessários para validar esses achados e expandir a utilidade clínica da DWI no manejo do câncer de mama.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

Correspondência:
Rua Vital Brasil, 80, Cidade Universitária, Campinas-SP, CEP: 13.083-888 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.
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