Resumo
A história do Sistema de Saúde Brasileiro vem com o processo da Reforma Sanitária, um movimento político e social, que fez parte da retomada do regime democrático e de direitos no país, especialmente entre os anos 70 e 80, trazendo para a sua organização um pensamento para além da saúde física, incorporando em seus conceitos a dimensão social, com a participação da sociedade nos seus objetivos.
Com esse desafio, o Sistema Único de Saúde (SUS) estrutura suas ações, por meio de Políticas Públicas que enfatizam a atenção à saúde sob princípios e diretrizes estabelecidos constitucionalmente no âmbito Federal, Estadual e Municipal. E dessa forma, procura orientar a organização de programas e ações implementados pelo Estado, voltados às necessidades da população e desenvolvidos pelas Equipes da Rede de Serviços de Saúde.
A Política Nacional de Humanização (PNH) em 2003 e a Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) em 2006 vieram propor ao SUS, uma atuação mais participativa, ampliando a comunicação entre gestores, trabalhadores e usuários, no sentido de desenvolver construções mais coletivas e corresponsáveis para um Sistema com mais qualidade e eficiência.
O Acolhimento é um dispositivo proposto por essas políticas, fazendo parte dessa atuação participativa. Esse estudo pretende analisar sua organização, seu funcionamento e seu processo operativo em Unidades Básicas de Saúde do Município de Campinas, a partir de entrevistas e observações de campo, aproximando-se das suas singularidades, e compreendendo as facilidades e dificuldades das equipes, que se utilizam desse recurso como elemento de conexão com as demandas trazidas pelos usuários e para a organização das ofertas dos Serviços de Saúde.
O Produto Técnico final traz um relatório com apontamentos e reflexões que pretendem servir para o aprimoramento do Acolhimento e ampliação de possibilidades para um cuidado em saúde mais resolutivo e inclusivo.