Introdução: A ascite é uma das complicações mais frequentes da cirrose hepática, ocorre em 60 dos pacientes num intervalo de 10 anos. Está associada a um pior prognóstico e taxa de mortalidade de 50 em um período de 2 anos. A gravidade da doença demanda uma estratégia terapêutica individualizada e eficaz para mudança do prognóstico desses doentes. Objetivos: Aplicação e atualização do protocolo assistencial de acompanhamento no ambulatório de ascite de difícil controle. Métodos: Estudo observacional, unicêntrico, de coorte com avaliação prospectiva e retrospectiva, envolvendo pacientes com diagnóstico de cirrose hepática e ascite recorrente, que foram submetidos a paracentese no Gastrocentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) no período de novembro de 2020 a dezembro de 2023. Resultados: 56 pacientes foram avaliados, sendo a maioria do sexo masculino (75 ) e com cirrose de etiologia alcóolica (35,71 ). Ascite refratária foi diagnosticada em 50 dos pacientes por intolerância a diureticoterapia. Ao final do período estudado 15 pacientes (26,80 ) estavam vivos, 13 (23,2 ) foram submetidos ao transplante hepático e a mortalidade foi de 50 , tempo médio até o óbito de 4,77 meses. Mais de 70 dos doentes estiveram internados durante os 36 meses de seguimento. A taxa de sobrevida global mediana do grupo foi de 14 meses e a taxa de sobrevida livre de transplante mediana de 8,4 meses. Conclusão: A aplicação do protocolo de atendimento ambulatorial tem o potencial de gerar melhor estruturação do serviço de hepatologia e do suporte a esses pacientes dentro do Hospital das Clínicas da UNICAMP.