Qualificações e defesas - Detalhes


A Associação do Segundo Período Prolongado do Trabalho de Parto com Disfunções do Assoalho Pélvico no Pós-Parto: Uma Revisão Sistemática


Candidato(a): Andrea Marcheti Silveira
Orientador(a): Luiz Gustavo Oliveira Brito

Apresentação de Defesa

Curso: Tocoginecologia
Local: Sala de Reuniões Ginecologia
Data: 19/03/2025 - 09:00
Banca avaliadora
Titulares
Luiz Gustavo Oliveira Brito
Adriana Gomes Luz
Suplentes
Patricia Moretti Rehder

Resumo



INTRODUÇÃO: As disfunções do assoalho pélvico são patologias que englobam sintomas de incontinência urinária e fecal, prolapso de órgãos pélvicos e disfunções sexuais. São condições muito frequentes na população feminina. A paridade e via de parto são fatores de risco importantes para alterações das estruturas do assoalho pélvico. Com relação ao parto vaginal, no segundo período do trabalho de parto, com a descida do polo cefálico do feto, podem ocorrer injúrias, como por exemplo a avulsão do músculo levantador do ânus, aumentando o risco de disfunções futuras no assoalho pélvico.

OBJETIVOS: Realizar uma revisão sistemática da literatura sobre a associação entre o segundo período prolongado do trabalho de parto e a ocorrência de disfunções do assoalho pélvico.

MÉTODOS: Foi realizada uma busca sistematizada da literatura, nas bases de dados Pubmed, Cochrane Library, EMBASE, SCOPUS, Web of Science e LILACS em julho e, posteriormente atualizada, em dezembro de 2024. Esta revisão foi registrada no banco internacional de dados PROSPERO. Os estudos em que a população selecionada era de mulheres que apresentaram o segundo período do trabalho de parto considerado prolongado, e aqueles, nos quais foram avaliados os sintomas de disfunções do assoalho pélvico, foram incluídos na revisão. A escala ROBINS-I foi utilizada para avaliação de qualidade metodológica para estudos observacionais, seguindo as recomendações do “Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Intervention.

RESULTADOS: Do total de 93 artigos analisados na íntegra, seis artigos foram incluídos nesta revisão. Não foi possível realizar metanálise pela heterogeneidade dos estudos. Foi identificada uma falta de consenso na literatura sobre a definição do tempo prolongado do segundo período do trabalho de parto, o que afeta a interpretação dos resultados. Dos seis estudos incluídos, três mostraram não haver associação entre o segundo período prolongado do trabalho de parto e sintomas de disfunção do assoalho pélvico. Dois deles consideraram haver relação, e um estudo demonstrou uma relação parcial. A maior homogeneidade nos resultados foi com relação aos sintomas de incontinência urinária, já que dois estudos mostraram uma associação com o segundo período prolongado, e um, um efeito mediador parcial do segundo período prolongado. Todos os estudos apresentaram um risco de viés considerado moderado.

CONCLUSÃO: Metade dos trabalhos encontrados não demonstrou associação entre segundo período prolongado do trabalho de parto e risco para disfunção do assoalho pélvico. Todos os estudos apresentaram risco moderado de viés. São necessários mais estudos para avaliar a associação entre o prolongamento do segundo período e disfunções do assoalho pélvico.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

Correspondência:
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Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.
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