Por ser uma doença de característica crônica, sistêmica e inflamatória, pacientes com diagnósticos de Psoríase (PsO) podem apresentar maior propensão para o desenvolvimento de outras comorbidades crônicas, como a obesidade, dislipidemias e doenças cardiovasculares, fadiga, dores e alterações em hábitos diários, tais como diminuição da Prática de Atividade Física (PAF). O comportamento sedentário (CS) também pode ser uma variável importante de controle nessa população, dado que o mesmo se encontra relacionado a diversos problemas de saúde. Contudo, a relação destas variáveis com a gravidade da PsO ainda não foi totalmente esclarecida. Assim, o objetivo do presente estudo foi explorar se há relação entre CS, PAF, QV e gravidade da PsO, bem como aferir níveis de fadiga e dor destes pacientes. Trata-se de um estudo amostral, transversal do tipo correlacional, que foi conduzido no ambulatório de Psoríase do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Foram incluídos pacientes com PsO, de idade igual ou superior a 18 anos, ambos os sexos, que estivessem na fase de pré-diagnóstico de tratamento ou pós-tratamento de psoríase, e que concordaram com o TCLE. Foi utilizado um questionário, feito especialmente para estes fins, com questões sobre o perfil socioeconômico e perfil clínico. Foram utilizados o questionário International Physical Activity Questionnaire – IPAQ-Brief, para a análise do CS e da PAF; o Dermatology Life Quality Index – DLQI, para QV, a Escala Functional Assessment of Chronic Illness Therapy Fatigue Scale - FACIT-F e o Inventário Brief Pain Inventory – BPI, para a análise da dor. A avaliação da PsO foi feita pelo PASI, consultado no prontuário eletrônico do paciente. A análise de regressão logística multinomial foi utilizada para verificar as correlações entre as variáveis explicativas e a variável de desfecho. Nos modelos adotados a variável desfecho foi a gravidade da doença avaliada pelo PASI (três categorias: doença leve, moderada e grave). As variáveis explicativas incluíram, no estudo 1, apresentar ou não o CS e escores da QV e no estudo 2 a classificação da PAF e escores de QV, fatiga e dor. Foi observado que pacientes com QV mais afetada apresentaram maior gravidade da doença (OR: 0,854, CI: 0,778-0,937; p<0,05 bem como pacientes com CS em um dia da semana (OR: 28,460, CI: 1,230- 658,408; p<0,05). O estudo 2 mostrou que pacientes com QV mais afetada apresentaram PsO mais grave (OR: 0,781, CI: 0,691-0,883; p<0,05), assim como também pacientes insuficientemente ativos fisicamente OR: 0,112, CI: 0,013-0,927; p<0,05). Níveis de fadiga e dor não foram significativamente correlacionadas a gravidade da doença (p>0,05). Por se tratar de um estudo de campo correlacional amostral, conclui-se que as variáveis PAF, CS e QV podem afetar o nível da PsO e portanto, estudos de intervenção terapêutica, considerando tais variáveis no percurso da doença, precisam ser realizados para elucidar estas associações.