Qualificações e defesas - Detalhes


Avaliação do envolvimento dos pés nos pacientes com esclerose sistêmica: estudo transversal.


Candidato(a): Juliana Yuri Sekiyama
Orientador(a): Ibsen Bellini Coimbra

Apresentação de Defesa

Curso: Clínica Médica
Local: sala verde pós graduação fcm
Data: 13/02/2025 - 08:30
Banca avaliadora
Titulares
Ibsen Bellini Coimbra
Rubens Bonfiglioli
Michel Alexandre Yazbek
Rodrigo Goncalves Pagnano
Paulo Roberto Donadio
Suplentes
Felipe Merchan Ferraz Grizzo
Juliana Zonzini Gaino Borghi

Resumo



A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune sistêmica, definida como manifestação crônica do tecido conjuntivo, clinicamente representada por espessamento e fibrose de pele e órgão internos. Envolvimento osteoarticular é prevalente e os pés são frequentemente afetados na ES. Objetivo: Avaliar a função dos pés e sua associação com fatores sociodemográficos e clínicos. Foram avaliados dores nos pés, mobilidade, alterações nos pés e cuidados com os pés desses pacientes, além dos aspectos radiológicos de mãos e pés. Métodos: Pacientes com ES foram submetidos a entrevista estruturada e exame físico. Índice de incapacidade do Questionário de avaliação em saúde (HAQ-DI), Questionário de avaliação de saúde em Esclerodermia (SHAQ), avaliação da dor, questionário sobre os hábitos e cuidados com os pés, Índice de função dos pés (FFI), avaliação da mobilidade através do Timed-up-and-go (TUG). Também foi realizado o escore de Rodnan modificado, escala numérica de dor nos pés (DP). Todos os pacientes foram submetidos ao exame de radiografias das mãos e pés. Resultados: Foram incluídos 101 pacientes. Dor no antepé foi observada em 50,5 , dor no retropé em 31,7 , úlceras em 6,9 , calosidades plantares em 38,8 , artrite em 2,97 , hálux valgo em 9,9 , dedos em garra em 5 e tornozelo valgo em 3 dos pacientes. Sobre as radiografias das mãos e pés, acrosteólise foi encontrado em 38 (n=35) das mãos e 21,7 (n=21,7 ) dos pés, essa diferença foi estatisticamente significativa (p=0,0001). Calcinose foi mais encontrada nas mãos em 13 (n=12) do que sobre a pés, com 4,3 (n=2), mas sem significado estatístico. A redução de espaço articular apresentou prevalência maior que 50 nas mãos e pés, a erosão articular foi encontrada em 10,9 das mãos (n=10), comparado com os pés em 4,3 (n=4). O FFI médio foi de 3,54, a média da escala numérica da dor (DP) foi 6,08 e a média do TUG foi de 10,52 segundos. Pontuações mais altas de FFI, escala numérica de dor (DP) mais altos e TUG prolongado foram associados à maior gravidade do fenômeno de Raynaud (FRy), piora do SHAQ e HAQ. Dos 101 pacientes, 36,6 dos pacientes relataram nunca ter tido os pés examinados e apenas 32,7 tiveram os pés examinados no último ano. Conclusão: Disfunção e dor nos pés são comuns na ES. Pontuações mais altas do maior incapacidade (HAQ e SHAQ). Estas análises devem ser consideradas exploratórias e requerem confirmação em outras coortes. Uma rotina no exame dos pés deve ser incorporada na prática clínica. É necessário maior atenção na avaliação e cuidados dos pés em pacientes com ES.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

Correspondência:
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Acesso:
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