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ALTERAÇÕES DA SUPERFÍCIE OCULAR RELACIONADAS ÀS FASES INFLAMATÓRIA E NÃO INFLAMATÓRIA DA OFTALMOPATIA DE GRAVES: RELEVÂNCIA DAS CITOCINAS SÉRICAS E MMP-9 NA LÁGRIMA


Candidato(a): Cínthia Minatel Riguetto
Orientador(a): Denise Engelbrecht Zantut Wittmann

Apresentação de Defesa

Curso: Clínica Médica
Local: Online
Data: 28/11/2024 - 13:30
Banca avaliadora
Titulares
Denise Engelbrecht Zantut Wittmann
Jose Paulo Cabral De Vasconcellos
Suemi Marui
Heraldo Mendes Garmes
Adriano Namo Cury
Suplentes
Roberto Bernardo dos Santos
Elizabeth Joao Pavin
Rosália do Prado Padovani

Resumo



Introdução:

A doença ocular tireoidiana (DOT), é a manifestação extratireoidiana mais comum da doença de Graves (DG), expressa como inflamação orbital e expansão da gordura e músculos extraoculares. A maioria desses pacientes também apresenta exoftalmia e sintomas relacionados à doença da superfície ocular (DSO), principalmente a síndrome do olho seco (SOS). Os níveis séricos de várias citocinas foram estudados entre pacientes com e sem DOT; no entanto, um marcador mais sensível e específico para as diferentes fases da DOT ainda não foi encontrado.

Material e métodos:

17 DOT ativa, 16 DOT inativa, 16 DG sem DOT e 16 controles saudáveis ​​foram incluídos. Todos os pacientes foram avaliados com CAS, oftalmometria, MMP-9 lacrimal, OSDI, teste de Schirmer, meibografia, altura do menisco lacrimal, hiperemia conjuntival e tempo de ruptura do filme lacrimal não invasivo. A citocinas séricas IL-17A, MMP-2, MMP-3 e MMP-9 foram coletadas e avaliadas por ensaio multiplex. Os pacientes foram então classificados em três subtipos de SOS: deficiência lacrimal aquosa, disfunção da glândula meibomiana (DGM) e olho seco misto. Os níveis de citocinas e sua relação com parâmetros clínicos foi analisa.

Resultados:

A DOT inativa mostrou ser um fator associado à SOS (OR 14, IC 2,24-87,24, p=0,0047) e apresentou mais SOS do que controles saudáveis ​​(87,5 versus 33,3 , p=0,0113). A DGM foi mais prevalente entre esses indivíduos do que controles saudáveis (62,5 versus 6,7 ; p=0,0273). Nenhuma diferença significativa foi encontrada em outros parâmetros oftalmológicos, exceto pela hiperemia conjuntival mais intensa na DOT ativa do que DG sem oftalmopatia (p=0,0214). O teste qualitativo de MMP-9 foi mais frequentemente positivo em ambos os olhos na DOT ativa do que em outros grupos (p < 0,0001). A MMP-9 sérica foi maior na DOT ativa do que em controles saudáveis, enquanto a IL-17A foi menor nesses pacientes do que na DG sem DOT e controles saudáveis. Nenhuma diferença foi encontrada nas concentrações de MMP-3 e MMP-2. Os níveis de MMP-9 foram menores em pacientes com DOT inativa submetidos à terapia com iodo radioativo e aqueles em reposição de levotiroxina, enquanto os níveis de MMP-9 foram elevados em pacientes em metimazol. Foi encontrada uma correlação negativa entre a idade na avaliação e o tempo de acompanhamento com os níveis de MMP-9 na DOT inativa. Os valores de T3 livre e oftalmometria foram positivamente correlacionados com MMP-9 nos grupos com DG sem DOT e DOT inativa, respectivamente.

Conclusões:

DOT inativa foi um fator associado à SOS. DSO foi mais prevalente entre esses pacientes, principalmente devido à MGD, indicando disfunção nas glândulas palpebrais marginais que produzem a camada lipídica da lágrima. A detecção de MMP-9 na lágrima foi associada à DOT ativa e esses indivíduos também apresentaram níveis aumentados de MMP-9 séricos. Níveis mais altos de MMP-9 séricos foram relacionados ao tratamento com iodo radioativo, maior tempo de acompanhamento e maior oftalmometria em pacientes com DOT ativa, bem como à função tireoidiana na DG sem DOT. A MMP-9 pode estar envolvida tanto na fase ativa da DOT quanto na fase ativa da inflamação relacionada à DG.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

Correspondência:
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Acesso:
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