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OMISSÃO DA CIRURGIA AXILAR NO CÂNCER DE MAMA INICIAL APÓS QUIMIOTERAPIA NEOADJUVANTE: ANÁLISE INTERINA DE SEGURANÇA DO ESTUDO VENUS


Candidato(a): Maria Beatriz de Paula Leite Kraft Enz H
Orientador(a): Luis Otavio Zanatta Sarian

Apresentação de Defesa

Curso: Tocoginecologia
Local: Anfiteatro do Caism
Data: 28/11/2024 - 10:00
Banca avaliadora
Titulares
Luis Otavio Zanatta Sarian
Daniel Guimarães Tiezzi
Luiz Carlos Zeferino
Suplentes
Julio Cesar Teixeira
Bruna Salani Mota

Resumo



Introdução: A omissão do linfonodo sentinela (BLS) após neoadjuvância no câncer
de mama inicial ainda não foi adequadamente estudada, uma vez que a maior parte
dos estudos sobre omissão do BLS restringem a inclusão de pacientes em
neoadjuvância. O estudo VENUS (ClinicalTrials.gov NCT05315154, ReBEC
RBR-8g6jbf, Comitê de Ética: CAAE:06805118.2.0000.5404) é um ensaio clínico
randomizado, multicêntrico de não inferioridade em andamento, que inclui mulheres
com câncer de mama estadio T1/2 N0 (clinicamente e ultrassonograficamente) M0,
randomizadas para BLS ou não cirurgia axilar. Neste estudo, avalia-se a omissão da
BLS em pacientes com câncer de mama inicial, tanto para casos de cirurgia up-front,
quanto para casos de neoadjuvância. Objetivo: avaliar as características das
pacientes submetidas até 9 de outubro de 2024 a neoadjuvância no estudo VENUS,
comparando-as frente às demais pacientes do estudo a fim de determinar se há
segurança em manter o recrutamento de mulheres com câncer de mama inicial e
indicação de tratamento neoadjuvante. Métodos: análise descritiva interina das
pacientes recrutadas no estudo VENUS. O tratamento inicial, definido a partir do
protocolo de cada centro participante, poderia ser neoadjuvância ou cirurgia. O
presente estudo descreve as características epidemiológicas, tumorais e
terapêuticas das pacientes incluídas e randomizadas no estudo VENUS, submetidas
ou não à neoadjuvância. Resultados: até 9 de outubro de 2024, 559 mulheres
foram incluídas no estudo VENUS, 236 foram randomizadas para a realização da
BLS, das quais 19 (8 ) fizeram neoadjuvância; 220 foram randomizadas para não
cirurgia axilar, das quais 14 (6 ) fizeram neoadjuvância. As características
epidemiológicas (índice de massa corpórea, raça e status menopausal) foram
semelhantes nos grupos de randomização, mas as pacientes submetidas à
neoadjuvância eram mais jovens (p=0.01). Quanto às características tumorais,
evidenciou-se que nos casos de neoadjuvância os tumores eram maiores (p<0.001),
há predomínio de tumores triplo negativos ou com Her2 superexpresso (p<0.001). A
positividade da BLS foi 19,8 em casos de cirurgia up-front e 5,6 após
neoadjuvância. Observou-se maior ocorrência de prescrição de quimioterapia
adjuvante nos grupos que fizeram neoadjuvância, provavelmente devido à maior
ocorrência de tumores triplo negativos ou Her2 superexpressos. Até o momento não
houve recidiva axilar (tempo médio de seguimento de 20,5 meses). Conclusão: as
pacientes submetidas a neoadjuvância no estudo VENUS são mais jovens e
apresentam tumores maiores e mais agressivos, conforme esperado em casos de
tratamento neoadjuvante. A positividade da BLS parece ser menor após
neoadjuvância (5,6 ). Em um tempo de seguimento médio de 20,5 meses, não
houve nenhum caso de recorrência axilar. Estes dados demonstram que é seguro
manter o recrutamento de pacientes com indicação de tratamento neoadjuvante no
estudo VENUS.

Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas

Correspondência:
Rua Vital Brasil, 80, Cidade Universitária, Campinas-SP, CEP: 13.083-888 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.
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